MATÉRIAS QUE FORAM FEITAS A BÍBLIA

Matérias que foram feitas a bíblia


A Bíblia, desde o seu início, registra os feitos de Deus e adverte sobre o juízo que virá sobre a Terra. Flávio Josefo, em suas obras, menciona brevemente a linhagem de Adão, focando especialmente em um dos filhos, chamado Sete. Criado ao lado de seu pai, Sete foi um homem virtuoso e deixou descendentes que seguiram seus passos, vivendo em harmonia na Terra. Ele é creditado como o precursor da ciência dos astros, pois seus filhos foram instruídos por Adão sobre a iminência de um dilúvio e incêndio que destruiria o mundo. Por precaução, eles erigiram duas colunas, uma de tijolos e outra de pedras, nas quais gravaram seu conhecimento. Se uma fosse destruída, a outra permaneceria para preservar suas descobertas. Essa precaução foi eficaz, e acredita-se que a coluna de pedras ainda exista na Síria até os dias atuais.

Rocha: Muitos registros históricos importantes, tanto no Egito quanto na Babilônia, foram gravados em rochas. Um exemplo notável é quando Deus entregou os Dez Mandamentos a Moisés em tábuas de pedra (Êxodo 31.18), e também quando, após falar com Moisés no monte Sinai, deu-lhe as duas tábuas do Testemunho, feitas de pedra e escritas pelo próprio dedo de Deus (Êxodo 34.1,28). Outros exemplos incluem a Pedra Moabita, datada de aproximadamente 850 a.C., e a Inscrição de Siloé, descoberta no túnel de Ezequias próximo ao Tanque de Siloé, datada por volta de 700 a.C.

Cerâmica: Na Assíria e na Babilônia, o principal material de escrita era a cerâmica, moldada em pequenos tabletes e gravada com símbolos em forma de cunha conhecidos como escrita cuneiforme. Esses tabletes eram então cozidos em fornos ou secos ao sol. Milhares desses tabletes foram descobertos pelas escavações dos arqueólogos.

As tábuas de madeira foram amplamente utilizadas pelos antigos como meio de escrita. Durante muitos séculos, a madeira serviu como uma superfície comum para escrever entre os gregos. Alguns estudiosos acreditam que esse tipo de material de escrita é mencionado em Isaías 30.8 (ARC): "Vai, pois, agora, escreve isso em uma tábua perante eles e aponta-o em um livro; para que fique registrado para o futuro, para sempre e perpetuamente", e Habacuque 2.2 (ARC): "Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a clara em tábuas, para que o possa ler aquele que passa correndo".

Couro: O Talmude judaico especificava que as Escrituras deveriam ser copiadas em peles de animais, ou seja, em couro. É altamente provável, portanto, que o Antigo Testamento tenha sido escrito em couro. Os escribas preparavam rolos costurando juntas as peles, que variavam de alguns metros a até 30 metros, perpendicularmente ao rolo. Esses rolos, com alturas entre 26 e 70 centímetros, eram então enrolados em um ou dois pedaços de pau.

Papiro: É altamente provável que o Novo Testamento tenha sido escrito em papiro, já que este era o material de escrita mais comum na época. O papiro era produzido cortando-se tiras finas da planta de papiro, que eram embebidas em vários banhos de água e sobrepostas umas às outras para formar folhas. Após a sobreposição, as folhas eram prensadas para aderirem umas às outras. As folhas variavam de 15 a 38 centímetros de altura e 8 a 23 centímetros de largura. Os rolos, de qualquer comprimento, eram feitos juntando as folhas, sendo que geralmente tinham cerca de 10 metros de comprimento.

Velino ou Pergaminho

O uso predominante do velino ou pergaminho teve início com os esforços do rei Eumenes II de Pérgamo (197-158 a.C). Ele procurava expandir sua biblioteca, mas o rei do Egito interrompeu o fornecimento de papiro, levando Eumenes a buscar uma alternativa para o tratamento de peles. O resultado foi o desenvolvimento do velino ou pergaminho. Embora os termos sejam frequentemente usados de forma intercambiável, o velino era originalmente preparado com a pele de bezerros e antílopes, enquanto o pergaminho era feito com pele de ovelhas e cabras. Esse processo resultava em um couro de alta qualidade, especialmente tratado e preparado para receber escrita em ambos os lados. O uso desse material remonta a centenas de anos antes de Cristo e, por volta do século IV a.C., ele começou a substituir o papiro. A maioria dos manuscritos conhecidos é feita de velino.

Esta forma de manuscrito. Havia dois formatos

Durante a antiguidade, os manuscritos eram produzidos em dois formatos distintos: códice e rolo.

O códice era um formato de livro feito de pergaminho, caracterizado por folhas que mediam cerca de 65 cm de altura por 55 cm de largura. Esse formato começou a ser amplamente utilizado a partir do século II d.C.

 Por outro lado, o rolo podia ser feito de papiro ou pergaminho e era preso em dois cabos de madeira para facilitar o manuseio durante a leitura. O rolo era enrolado da direita para a esquerda, e sua extensão variava dependendo da quantidade de escrita contida nele.

Instrumentos de escrita

Os instrumentos de escrita desempenharam um papel crucial na produção de registros escritos nos materiais mencionados anteriormente. Um desses instrumentos era o estilo, que consistia em um pontalete triangular com cabeçote chanfrado, utilizado para escrever. Esse instrumento era especialmente empregado para fazer entalhes em tabuinhas de barro ou de cera, e às vezes era referido como "pena" pelos escritores bíblicos. Por exemplo, em Jeremias 17.1, é mencionado: "O pecado de Judá está escrito com um ponteiro de ferro, com ponta de diamante, gravado na tábua do seu coração e nos ângulos dos seus altares" (ARC).

Cinzel

O cinzel era um instrumento utilizado para fazer inscrições em pedra, como registrado em Josué 8.31,32 na Bíblia: "como Moisés, servo do SENHOR, ordenou aos filhos de Israel, conforme o que está escrito no livro da Lei de Moisés, a saber, um altar de pedras inteiras sobre o qual se não movera ferro; e ofereceram sobre ele holocaustos ao SENHOR e sacrificaram sacrifícios pacíficos. Também escreveu ali em pedras uma cópia da lei de Moisés, que já tinha escrito diante dos filhos de Israel" (ARC). Jó se refere ao cinzel chamando-o de "pena de ferro" (19.24), indicando que era com esse instrumento que se poderiam fazer gravações na rocha.

Pena

A pena era um instrumento comumente utilizado para escrever em papiro, pergaminho, velino e couro (3Jo 13 "ARC"): "Tinha muito que escrever, mas não quero escrever-te com tinta e pena". Todos esses instrumentos eram empregados pelos escribas para suas tarefas de escritura.

Jeremias menciona um canivete que foi usado para destruir um rolo: "E sucedeu que, tendo Jeudi lido três ou quatro folhas, cortou-o o rei com um canivete de escrivão e lançou-o ao fogo que havia no braseiro, até que todo o rolo se consumiu no fogo que estava sobre o braseiro" (Jr 36.23 "ARC"). O uso desse instrumento indica que o rolo teria sido feito de um material mais resistente do que o papiro, que poderia ser rasgado.

Tinta

A tinta era um componente essencial que acompanhava a pena e ficava armazenada em um tinteiro. Ela era utilizada para escrever em papiro, couro, pergaminho ou velino, sendo esses os materiais e instrumentos disponíveis para os escritores da Bíblia. A composição da tinta utilizada pelos escribas consistia em uma mistura de carvão em pó com uma substância líquida semelhante a goma arábica. Isso pode ser observado em Ezequiel 9.2 "ARC": "E eis que vinham seis homens a caminho da porta alta, que olha para o norte, cada um com as suas armas destruidoras na mão, e entre eles, um homem vestido de linho, com um tinteiro de escrivão à sua cinta; e entraram e se puseram junto ao altar de bronze". Outras referências que indicam o uso da tinta incluem 2 Coríntios 3.3, 2 João 12 e 3 João 13. O carvão é um elemento que se conserva admiravelmente ao longo dos séculos.

A caligrafia dos manuscritos

A caligrafia dos manuscritos da Bíblia era distinguida por dois estilos principais: Uncial e Cursivo.

O estilo Uncial consistia na escrita de letras maiúsculas, sem separação entre as palavras. (EISQUEDEUSEAMINHASALVAÇÃO). Por outro lado, o estilo Cursivo utilizava letras minúsculas, com espaçamento entre as palavras. (Então, orou Ana). 

Os manuscritos originais da Bíblia, abreviados como MS, eram rolos ou livros da antiga literatura escritos à mão. A preservação e transmissão do texto bíblico foram realizadas por meio desses manuscritos, abreviados como MSS ou MSs.

A escrita dos manuscritos era realizada de acordo com regras rigorosas, demonstrando o quão sagradas as escrituras eram consideradas pelos judeus.

Aqui estão alguns exemplos das regras rigorosas seguidas pelos escribas ao copiar os manuscritos:

1) Quando o pergaminho se tornava caro, os escribas às vezes raspavam a escrita dos manuscritos para poder reutilizá-los, criando assim um "palimpsesto" ou um manuscrito reescrito.

2) O pergaminho deveria ser feito de pele de animais considerados cerimonialmente limpos, e as peles eram costuradas umas às outras com cordões feitos de animais igualmente limpos, um trabalho que só podia ser realizado por um judeu.

3) Cada coluna do manuscrito não podia ter mais de 60 linhas e não menos de 48.

4) A tinta usada, feita de acordo com uma fórmula especial, era sempre preta.

5) O escriba deveria copiar diretamente de um manuscrito autêntico e nunca de memória.

6) Antes de escrever a palavra "Deus", o escriba tinha que limpar sua pena com reverência, e era absolutamente necessário que todo o corpo fosse banhado antes de escrever a palavra "Jeová".

7) Existiam regras estritas para a forma das letras, o espaçamento entre elas, a cor do pergaminho, o uso da pena, entre outros aspectos.

8) O rolo do manuscrito precisava ser revisado dentro de 30 dias após sua conclusão, caso contrário, seria considerado sem valor. Um erro em uma folha condenava apenas essa folha; três erros em uma folha condenavam todo o manuscrito; e três palavras escritas fora da linha resultavam na rejeição completa do manuscrito.

9) Cada palavra e cada letra eram contadas, e qualquer falta ou excesso de letras, ou mesmo se uma letra tocasse na outra, resultaria na condenação e queima do manuscrito. Havia muitas outras regras além dessas, embora não houvesse sinais de pontuação, o que discutiremos mais adiante.

Durante a época de Noé, por volta de 3.500-2.700 a.C., a Bíblia era escrita em pictográficos, desenhados em tábuas de barro.

Tamanho e o formato das letras

O tamanho e o formato das letras também fornecem evidências para determinar a data de um manuscrito. O formato mais antigo das letras hebraicas se assemelhava ao formato de garfo das letras fenícias, prevalecendo até a época de Neemias (por volta de 444 a.C). Posteriormente, a escrita aramaica começou a ser usada, pois se tornou a língua falada em Israel durante o século V a.C. A partir do ano 2000 a.C., o Antigo Testamento era copiado em letras quadradas, no estilo aramaico. A descoberta dos Rolos do Mar Morto em Qumran, em 1947 d.C., contribuiu significativamente para o estudo da paleografia hebraica, revelando a existência de três tipos diferentes de texto, além de diferenças de grafia, regras gramaticais e, em certa medida, vocabulário em comparação com o texto massorético.

 Os manuscritos gregos do período do Novo Testamento geralmente eram produzidos em dois estilos: literário e não-literário. Durante os primeiros três séculos, o Novo Testamento provavelmente circulava fora dos canais regulares do comércio de livros, devido ao caráter político do cristianismo. Durante esse período de formação da igreja e do cânon do Novo Testamento, várias tradições orais e escritas refletiam as idiossincrasias dos intérpretes e as tendências da época, criadas pelos escribas. Somente a partir do século IV é que foram feitos esforços sérios para revisar os manuscritos.

O estilo das letras

O estilo das letras usadas nessas revisões e nos manuscritos primitivos é chamado de uncial (maiúsculo). As letras eram copiadas separadamente, sem espaço entre palavras e frases. Esse processo lento de copiar um manuscrito foi utilizado até o século X. Por volta dessa época, a demanda por manuscritos era tão alta que um estilo de escrita mais rápido foi desenvolvido. Esse estilo cursivo utilizava letras menores, ligadas entre si com espaços entre as palavras e as frases. Esses manuscritos foram chamados de minúsculos, estilo que se tornou dominante na era de ouro da cópia manuscrita, do século XI ao XV.

A Bíblia Hebraica

A Bíblia Hebraica é composta por 24 livros, organizados em três seções principais: Lei (Torah), Profetas (Nebiim) e Escritos (Ketubim). Essas divisões já são mencionadas em Lucas 24.44, onde Jesus fala sobre a necessidade de cumprir o que foi escrito sobre ele na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos, embora a terceira seção seja aqui referida como "Salmos". A Torah consiste nos cinco livros de Moisés. Os Profetas são subdivididos em profetas anteriores, como Josué, Juízes, Samuel e Reis, e profetas posteriores, como Isaías, Jeremias, Ezequiel e os Doze Profetas Menores. Os Escritos incluem Salmos, Provérbios, Jó, os Megilot (Cântico dos Cânticos, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Ester), Daniel, Esdras-Neemias e Crônicas.

Esses 24 livros correspondem aos 39 livros encontrados nas edições protestantes da Bíblia. A diferença numérica decorre da contagem separada dos doze Profetas Menores e da subdivisão de alguns livros, como os dois livros de Samuel, Reis, Crônicas e Esdras-Neemias.

No Antigo Testamento, os 39 livros são agrupados em quatro categorias principais de acordo com seus temas: LEI, HISTÓRIA, POESIA e PROFECIA. O grupo de Poesia também é conhecido como Devocional.

A divisão dos livros do Antigo Testamento segue uma organização específica em quatro grupos principais:

a. LEI (TORÁ) - Compreende os cinco livros de Gênesis a Deuteronômio, também conhecidos como Pentateuco. Esses livros tratam da origem de todas as coisas, da Lei e do estabelecimento da nação israelita. A Torah é dividida em cinco rolos de tamanho quase igual para facilitar sua manuseabilidade, originando o nome Pentateuco. Os cinco livros são Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio.

b. HISTÓRIA - Constituída por 12 livros, de Josué a Ester, que narram a história de Israel em diferentes períodos: a teocracia sob os juízes, a monarquia com Saul, Davi e Salomão, a divisão do reino e o cativeiro, e o período pós-cativeiro com Zorobabel, Esdras e Neemias, em conjunto com os profetas contemporâneos.

c. POESIA - Composta por 5 livros, de Jó a Cantares de Salomão, conhecidos como poéticos devido ao gênero do seu conteúdo. São também chamados devocionais.

d. PROFECIA - Contém 17 livros, de Isaías a Malaquias, subdivididos em Profetas Maiores (Isaías a Daniel) e Profetas Menores (Oséias a Malaquias). Essa divisão não se refere ao mérito ou notoriedade dos profetas, mas sim ao tamanho dos livros e à extensão do respectivo ministério profético.

Essa classificação dos livros do Antigo Testamento por assunto segue a versão Septuaginta, através da Vulgata, e não segue a ordem cronológica dos eventos, o que pode causar confusão para os leitores menos familiarizados, especialmente ao tentar agrupar os assuntos cronologicamente. Na Bíblia hebraica, a ordem dos livros é diferente.

A divisão dos livros do Novo Testamento

A divisão dos livros do Novo Testamento segue uma organização em quatro grupos principais, de acordo com o assunto:

a. BIOGRAFIA - Compreende os quatro Evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Esses livros descrevem a vida terrena de Jesus Cristo e seu glorioso ministério. Os três primeiros são chamados Sinópticos devido ao paralelismo entre eles. Os Evangelhos são considerados os livros mais importantes da Bíblia, pois todos os que os precedem tratam da preparação para a manifestação de Jesus Cristo, enquanto os que seguem explicam sua doutrina.

b. HISTÓRIA - O livro de Atos dos Apóstolos registra a história da igreja primitiva, seu desenvolvimento e a propagação do Evangelho através do ministério dos apóstolos, tudo isso sob a orientação do Espírito Santo.

c. EPÍSTOLAS - Compreende as 21 cartas ou epístolas, que vão de Romanos a Judas. Essas cartas contêm a doutrina da Igreja e estão divididas da seguinte forma:

   - 9 são dirigidas a igrejas específicas (Romanos a 2 Tessalonicenses)

   - 4 são dirigidas a indivíduos específicos (1 Timóteo a Filemom)

   - 1 é dirigida aos hebreus cristãos

   - 7 são dirigidas a todos os cristãos, sem distinção (Tiago a Judas). As últimas sete também são chamadas de universais ou gerais, embora duas delas (2 e 3 João) sejam dirigidas a pessoas específicas.

d. PROFECIA - O livro de Apocalipse ou Revelação trata da volta pessoal de Jesus à Terra e dos eventos que precederão esse glorioso evento. O Apocalipse descreve a destruição do poder mundial sob o reinado da Besta, a libertação de Israel durante a Grande Tribulação, o julgamento das nações e o estabelecimento do reino milenar de Cristo. Este livro inspira o desejo pela vinda do Senhor.

Assim como no Antigo Testamento, os livros do Novo Testamento não estão dispostos em ordem cronológica, mas organizados por assunto, seguindo uma tradição estabelecida ao longo do tempo.

A introdução dos pontos nas vogais

A introdução dos pontos nas vogais ocorreu entre os séculos V e VI d.C. (entre 500 e 600 d.C.). Nesse período, os escribas começaram a utilizar a pontuação de forma mais frequente. Por volta do século VIII, além do uso do espaço entre as palavras, foram adotados o ponto final, a vírgula, o ponto e vírgula e acentos, e posteriormente, o ponto de interrogação. Esse processo gradual foi concluído por volta do século X e foi aplicado nas escrituras cursivas durante a era da cópia de manuscritos.

 Os primeiros livros do Antigo Testamento escritos com essas divisões textuais foram Lamentações e alguns trechos, como o Salmo 119. Além disso, foram criadas seções adicionais no texto, chamadas de "sedarim", antes do período do cativeiro na Babilônia.

A Bíblia Sagrada foi inicialmente dividida em capítulos no século XIII, entre 1234 e 1242 d.C., pelo teólogo Stephen Langhton, então Bispo de Canterbury, na Inglaterra, e professor da Universidade de Paris, na França. Outros atribuem a divisão em capítulos ao cardeal Hugo de Saint Cher, abade dominicano e estudioso das Escrituras, no ano de 1250.

Divisão em versículos

Quanto à divisão em versículos, foi realizada em duas ocasiões diferentes. No Antigo Testamento, ocorreu em 1445 d.C., pelo Rabi Nathan, enquanto no Novo Testamento, foi feita em 1551 d.C., por Robert Stevens, um impressor de Paris. Stevens publicou a primeira Bíblia (Vulgata Latina) dividida em capítulos e versículos em 1555 d.C. O Antigo Testamento possui 929 capítulos e 23.214 versículos, enquanto o Novo Testamento tem 260 capítulos e 7.959 versículos. No total, a Bíblia possui 1.189 capítulos e 31.173 versículos. (Lembrando que nos dias atuais já não é). O número de palavras e letras varia de acordo com o idioma e a versão, mas em média são cerca de 3.566.480 letras, que constituem 773.692 palavras. 

Até o século XVI, muitas Bíblias eram publicadas apenas com a divisão em capítulos. A primeira Bíblia a incluir integralmente a divisão em capítulos e versículos foi a Bíblia de Genebra, lançada em 1560, na Suíça. Os editores da Bíblia de Genebra optaram pela divisão em capítulos e versículos devido à sua grande utilidade para memorização, localização e comparação de passagens bíblicas. No contexto da língua portuguesa, a primeira edição do Novo Testamento de João Ferreira de Almeida, em 1681, já foi publicada com essa divisão.

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