NOMES SiMBÓLICOS

 


Os nomes de certas pessoas e locais nas Escrituras têm significados simbólicos. Entretanto, o estudioso da Bíblia não deve buscar significados simbólicos em nomes, a menos que a Bíblia os indique. Eva recebeu o nome de "mãe de todos os seres humanos" por ser a companheira de Adão (Gn 3.20). Em hebraico, Eva significa "vivo". Parece ser uma manifestação de fé de Adão em relação ao futuro, mesmo que Deus tivesse acabado de declarar que ambos morreriam (v. 19). Deus mudou o nome de Abrão para Abraão com o intuito de mostrar que ele seria o pai de muitos povos. Abrão significa "pai exaltado", e Abraão, "pai de muitos" (17.5). Deus também decidiu mudar o nome de sua esposa, Sarai, para Sara, que tem o significado de "princesa". (v. 15).

Às vezes, as mães davam nomes aos filhos que retratavam as circunstâncias do nascimento ou as características que acreditavam que os filhos adquiririam. Jacó não amava sua esposa Lia, então, quando o Senhor lhe deu um filho, ela o batizou de Rúben, simbolizando que o Senhor havia atendido à sua aflição. A palavra Reuben soa como a expressão hebraica "ele atendeu à minha aflição". Provavelmente, o sentido do nome de seu segundo filho, Simeão, é "aquele que ouve". Levi soa como a palavra hebraica para "unido", então Lia batizou o terceiro filho de Levi; disse ela: "Agora, desta vez, meu marido se unirá mais a mim, porque lhe dei à luz três filhos". Quando o quarto filho veio ao mundo - Judá - ela glorificou o Senhor, pois o nome Judá tem semelhança com o termo hebraico para louvor. (29.31-35). Os filhos de Raquel, a outra esposa de Jacó, também receberam nomes que falavam das circunstâncias do nascimento (veja 30.1-24 e as notas de rodapé da Bíblia Vida Nova).

A filha de Faraó batizou o menino que encontrou no Nilo de Moisés, "e disse: 'Porque das águas o tirei’" (Ex 2.10). A palavra Moisés tem semelhança com o verbo hebraico que possui o significado de "retirar". Em hebraico, Moisés é מֹשֶׁה (mosheh), e o verbo niãshâ significa "retirar".

Ana chamou seu filho de Samuel, pois disse: "Do Senhor o pedi" (1 Sm 1.20). No entanto, o nome Samuel não está relacionado ao termo hebraico "pedido", mas sim a shãma‘, que tem o significado de "escutado". Ana queria dizer que Deus havia ouvido seu pedido. "Samuel" tem origem em palavras hebraicas que significam "ouvido por Deus". 

Já o nome Daniel significa "Deus julgou" ou "Deus é meu Juiz". Nabucodonosor mudou o nome de Daniel para Beltessazar, que significa "Senhora, proteja o rei". Nabucodonosor queria que Daniel esquecesse o nome de Deus, o qual fazia parte de seu nome. Foram feitas alterações semelhantes nos nomes dos três amigos de Daniel (Dn 1.6, 7).

Os três filhos de Gômer, que era a esposa de Oséias, representavam mensagens para os israelitas. Jezreel, o nome do primeiro, simbolizava a promessa de que Deus quebraria o arco de Israel no vale de Jezreel (Os 1.5); o nome da menina, Lõ-Ruhamâ, significava "não amada" e expressava a falta de favor. que o amor de Deus por Israel cessaria temporariamente (v. 6); e o nome do segundo menino, Lõ-'Amnú, cujo significado era "não-meu-povo", trazia a mensagem para Israel de que Deus não considerava como povo aquele Israel que vivia no pecado.

Jesus mudou o nome de Simão para Cefas (aramaico) e Pedro (grego), que significa "pedra" (Jo 1.42; cf. Mt 16.18). Esse novo nome falava do seu papel futuro na instituição da igreja (At 2).

Os nomes de lugares às vezes ganhavam significado quando associados a fatos ocorridos naqueles locais ou a características de seus habitantes. Quando o anjo do Senhor apareceu a Hagar, ela batizou o poço de Beer-Laai-Roi, pois, como explicou, “Não olhei eu neste lugar para aquele que me vê?” (Gn 16.13, 14). No hebraico, o significado é “poço daquele que vive e me vê”. Jacó mudou o nome da cidade Luz para Betei, pois disse: “É a casa de Deus, a porta dos céus” (28.17,19).

Às vezes, uma cidade ou nação ganhava outro nome. Por exemplo, Deus chamou os líderes de Jerusalém de “príncipes de Sodoma” e os habitantes de Jerusalém de “povo de Gomorra” (Is 1.10), porque seu pecado igualava-se ao daquelas cidades antigas. Ezequiel chamou Judá de Sodoma (Ez 16.46), e, em Apocalipse 11.8, Jerusalém é chamada simbolicamente de Sodoma e de Egito. Há divergência entre os estudiosos em relação à menção de Pedro à Babilônia em 1 Pe 5.13 - se deve ser interpretada como uma referência à Babilônia real, localizada às margens do rio Eufrates, ou simbolicamente a Roma? Os que sustentam esta última possibilidade argumentam que o termo “Babilônia” pode ter sido usado para fazer uma menção indireta de Roma, a fim de proteger os cristãos locais contra as perseguições de Nero. De acordo com fatos históricos, Pedro passou os últimos anos de sua vida em Roma, e seu “filho” Marcos, mencionado no mesmo versículo, pode ser João Marcos, que Paulo afirmou estar em Roma (Cl 4.10).


Significado dos nomes

Nomes bíblicos

Tradições de nomeação

Simbolismo bíblico

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