Introdução:
O
período do milênio, mencionado na Bíblia, representa um reinado de mil anos em
que Jesus Cristo será proclamado como Rei supremo sobre toda a terra, incluindo
todas as nações. O apóstolo João detalha a duração desse período seis vezes em
suas escrituras, destacando a adoração universal que ocorrerá nesse tempo. Para
a igreja, esse período é de grande esperança, pois estará ao lado de Cristo,
compartilhando de seu reinado. O termo "milênio" deriva do latim
"millennium", que significa mil anos, enquanto o termo grego
utilizado na Bíblia é "chiliasm" (quiliasmo). A Palavra de Deus
apresenta diversos títulos que se referem ao milênio, como "O Reino dos
céus" (Lucas 1.32,33; Mateus 6.10), "A Regeneração" (Mateus
19.28), "Tempos de Refrigério" (Atos 3.19,20), "Tempos de
Restauração de tudo" (Atos 3:20,2), "Dispensação da Plenitude dos
Tempos" (Efésios 1.10), "O dia de Cristo" (Filipenses 1.6) e
"O Reino de Cristo" (Apocalipse 11.15).
A) Como será o milênio.
Como será o milênio? Há várias interpretações, mas
vamos focar na abordagem dos Pré-Milenistas. Mais detalhes serão apresentados
ao final do estudo.
1- Jesus
será o Senhor de toda a terra.
“E o SENHOR
será rei sobre toda a terra; naquele dia, um será o SENHOR, e um será o seu
nome. E na veste e na sua coxa tem escrito este nome: REI DOS REIS E SENHOR DOS
SENHORES. ” (Zc 14.9; Ap 19.16).
Cristo
reinará sobre a Terra como Rei de Justiça - (Is 9.6); Rei de Israel - (Jo
12.13); Rei da Terra - (Zc 14.9, Fp 2.10).
Haverá paz
universal, conforme (Lc 2.14, Sl 85.10, Is 9.6).
·
2- Jerusalém será a capital do mundo (Reino).
·
“E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do SENHOR
no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele
todas as nações. 3 E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do
SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus
caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de
Jerusalém, a palavra do SENHOR.” (Is 2.2-3). Veja ainda (Jr 3.17. Is 60.1,3; Mq
4.8,13; Sf 3.13,20; Zc 14.16,19).
·
a) A Palestina (Israel) é o centro geográfico do mundo.
·
“Isso a fim de tomar o despojo, e de arrebatar a presa, e tornar a tua
mão contra as terras desertas que agora se habitam e contra o povo que se
ajuntou dentre as nações, o qual tem gado e possessões e habita no meio da
terra.” (Ez 8.12). Ezequiel estava falando de Israel.
·
Vejamos o plano de Deus desde o princípio.
·
• Jerusalém fica no centro de Israel.
·
• O Templo fica no centro de Jerusalém.
·
• O Santo do Santo fica no centro do templo.
·
• Arca da Aliança como o sangue era espargido no centro do Santo do
Santo.
·
b) Jerusalém se chamará Hefzibá e a terra Beulá. Isto é, casa de minha
delícia.
·
“Nunca mais te chamarão Desamparada, nem a tua terra se denominará jamais
Assolada; mas chamar-te-ão Hefzibá; e à tua terra, Beulá, porque o SENHOR se
agrada de ti; e com a tua terra o SENHOR se casará.” (Is 62.4).
·
• A palavra “Beulá” Hb.: que dizer “casada”.
· • A palavra “Hefzibá” Hb.:
que dizer “Minha delícia”.
3- Durante
o período do milênio, a paz reinará supremamente sobre toda a terra. Não haverá
mais necessidade de exércitos, marinha ou aeronáutica, pois Cristo será o
protetor de todas as nações. Profecias como Miquéias 4:3 e Isaías 2:4 descrevem
uma era em que as armas de guerra serão transformadas em instrumentos
agrícolas, e as nações não mais se voltarão umas contra as outras em conflito.
O reinado pacífico de Cristo será a resposta à petição do Pai Nosso:
"venha o vosso reino" (Mateus 6:10), conforme descrito em Apocalipse
11:15.
4- A
realização desse reinado é proclamada quando os reinos do mundo se tornam do
Senhor e de seu Cristo, conforme Apocalipse 11:15. Durante o milênio, Cristo
reinará supremo, estabelecendo sua autoridade sobre toda a terra. Além disso, a
Santa Cidade de Jerusalém celestial descerá e pairará sobre a Jerusalém
terrestre, como uma expressão visível desse reinado celestial.
“venha a nós o vosso reino” (Mt 6.10).
5- Cristo
será Rei.
“E tocou o sétimo anjo a
trombeta, e houve no céu grandes vozes, que diziam: Os reinos do mundo vieram a
ser de nosso Senhor e do seu Cristo, e ele reinará para todo o sempre.” (Ap 11.15).
OBS.: A
Santa cidade de Jerusalém celestial descerá e pairará nas alturas sobre a Jerusalém terrestre.
(A Cidade pairará como um satélite)
“E
acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do SENHOR (nova
Jerusalém), no cume dos montes e se exalçará (“elevará”) por cima
dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações.” (Is 2.2); “Mas, nos
últimos dias, acontecerá que o monte da Casa do SENHOR será estabelecido no
cume dos montes e se elevará sobre os outeiros, e concorrerão a ele os povos.”
(Mq 4.1). Vejamos esse texto de Isaías na tradução linguagem de hoje: No
futuro, o monte do Templo do SENHOR será o mais alto de todos e ficará acima de
todos os montes... Pois os ensinamentos do SENHOR vêm de Jerusalém; do monte
Sião ele fala com o seu povo.
6- Durante o milênio, a igreja, representada
como a esposa de Cristo, estará ao lado do esposo reinando sobre a terra. Lucas
19:17-19 ilustra essa realidade, onde os fiéis serão recompensados com
autoridade sobre cidades proporcionais à sua fidelidade. Além disso, Apocalipse
5:10 descreve como os seguidores de Cristo serão feitos reis e sacerdotes,
reinando sobre a terra em parceria com Deus.
7- No final
do milênio, a igreja terá a autoridade de julgar ao lado de Cristo. 1 Coríntios
6:2 afirma que os santos julgarão o mundo, enquanto Apocalipse 20:4 descreve
aqueles que foram martirizados por sua fé vivendo e reinando com Cristo durante
mil anos. Essa participação no governo divino reflete a promessa de 2 Timóteo
2:12 de que aqueles que suportam o sofrimento com paciência reinarão com
Cristo. Essa é a gloriosa expectativa reservada para a igreja no cumprimento do
plano divino durante o milênio.
8- Durante o milênio, os
apóstolos terão um lugar de destaque, conforme afirmado por Jesus em Lucas
22:28-30. Ele prometeu aos discípulos que, assim como o Pai lhe deu o direito
de governar, ele também concederia a eles esse direito. Eles serão honrados com
a oportunidade de participar da mesa do Senhor no Reino e de se sentar em
tronos para julgar as doze tribos de Israel.
9- A glória de Cristo será tão magnífica durante o milênio que até mesmo o sol e a lua se envergonharão, como profetizado em Isaías 24:23. Quando o Senhor dos Exércitos reinar em Jerusalém, sua glória será tão radiante que causará reverência e admiração diante dos anciãos.
10- Durante o milênio, o
templo será reconstituído, como previsto em Isaías 44:28. Assim como Ciro foi
proclamado como pastor e realizou os desejos de Deus, Jerusalém será
reconstruída e o templo será fundado, simbolizando a presença e a adoração a
Deus durante esse período de reinado de Cristo sobre a terra.
11- Durante o milênio, é
provável que Davi seja coroado rei de Israel, como indicado em várias
profecias, como Jeremias 30:9, Ezequiel 34:24 e Oséias 3:4-5. A promessa de
Deus é que seu servo Davi reinará sobre o povo, e todos terão um pastor para
guiá-los nos caminhos do Senhor. Esta é uma figura simbólica que pode se
referir tanto a Davi como a uma representação do Messias. Aprofundando essa
interpretação, Dake sugere que Davi terá uma autoridade maior do que a de
qualquer um dos apóstolos, sendo rei sobre todo o Israel sob a autoridade de
Cristo, enquanto os apóstolos governarão apenas uma tribo cada um.
12- Durante o milênio,
haverá um hospital que simbolicamente representa cura e restauração completa.
Este hospital é simbolizado por dois elementos:
a) O rio que flui para o
rio Jordão e para o Mar Morto, transformando a água salgada em água doce,
conforme descrito em Ezequiel 47:8. Esta água representa a cura espiritual e
física que fluirá para as nações durante o reinado de Cristo.
b) Uma árvore ao longo do
rio, que produzirá frutos para comer e folhas para remédio, como mencionado em
Ezequiel 47:12. Essa árvore simboliza a provisão de Deus para a restauração e
cura de seu povo, tanto espiritual quanto fisicamente.12- Não haverá cegos, nem
coxos, nem surdos e mudos.
“Então, os olhos dos cegos
serão abertos, e os ouvidos dos surdos se abrirão. v6 Então, os coxos saltarão
como cervos, e a língua dos mudos cantará, porque águas arrebentarão no
deserto, e ribeiros, no ermo. v7 E a terra seca se
transformará em tanques, e a terra sedenta, em mananciais de águas; e nas
habitações em que jaziam os chacais haverá erva com canas e juncos. v8 E ali haverá um alto caminho, um caminho que se
chamará O Caminho Santo; o imundo não passará por ele, mas será para o povo de
Deus; os caminhantes, até mesmo os loucos, não errarão.” (Is 35.5-8).
13- Durante o milênio, o
Espírito Santo será derramado sobre toda a carne, conforme profetizado em Joel
2:28. Esta promessa indica que haverá uma ampla manifestação do poder e da
presença do Espírito Santo, resultando em uma série de eventos sobrenaturais,
como profecias, sonhos e visões. Embora esta promessa tenha sido parcialmente
cumprida no Pentecostes, durante o milênio ela será completamente realizada,
trazendo uma nova era de renovação espiritual.
14- Durante o milênio,
haverá harmonia entre os animais, conforme descrito em Isaías 11:5-8.
Predadores e presas viverão em paz, simbolizando a restauração da ordem
original da criação de Deus. Esta harmonia entre os animais reflete a paz e a
justiça que caracterizarão o reinado de Cristo sobre a terra.
15- Durante o milênio,
toda crueldade dos animais será removida, como profetizado em Isaías 65:25. Os
animais viverão em perfeita harmonia, sem violência ou predatórios. A imagem
simbólica do lobo e do cordeiro pastando juntos representa a reconciliação e a
restauração completa da criação de Deus. Essa restauração incluirá até mesmo
uma mudança nos hábitos alimentares das cobras, que, segundo a profecia,
comerão pó da terra. Isso simboliza a remoção da maldição que veio sobre a
serpente no princípio da criação, conforme registrado em Gênesis 3:14.
O que as cobras se alimentam?
Existem cerca de 2.930
espécies de cobras ou serpentes no mundo, com o Brasil abrigando
aproximadamente 321 delas. Todas essas espécies são carnívoras e se alimentam
de uma variedade de presas. Roedores, lagartos e anfíbios anuros são algumas
das principais presas das cobras. Além disso, elas também se alimentam de
marsupiais, morcegos, outras cobras, salamandras, peixes, minhocas, entre
outros animais. Cada espécie de cobra tem sua própria dieta específica, com
algumas sendo especializadas em um tipo de presa, enquanto outras são mais
generalistas e predam diversos grupos animais.
16- A terra, que antes
estava amaldiçoada, agora terá a maldição removida.
"Então disse Deus a
Adão: Porque deste ouvidos à voz de tua mulher e comeste da árvore que te
ordenei que não comesses, maldita é a terra por tua causa; com dor comerás dela
todos os dias da tua vida." (Gn 3.17).
A- O mar Morto.
a) Produzirá abundância
de peixes.
E me disse: Esta água
flui para o leste e desce para o rio Jordão e para o mar Morto. Quando ela
entra no mar, a água salgada se torna doce. V10 Os pescadores ficarão ao longo
dele; desde En-Gedi até En-Eglaim, haverá lugar para estender as redes; o peixe
será de espécies variadas, como o peixe do mar Grande, em grande quantidade.
(Ez 47.8 NTLH).
a) Produzirá sal. “Mas os seus charcos e os seus lamaceiros não
sararão; serão deixados para sal”. (Ez 47.11), “charcos” sign.: Poça d'água, pântano,
charco.
O rio Jordão será fonte de sal.
"Mas
seus pântanos e lamaçais não serão curados; eles serão deixados para se
tornarem sal" (Ez 47.11), onde "pântanos" significa: poças de
água, pântanos, charcos.
O
rio Jordão também será abundante em peixes. "E toda criatura vivente
que vier por onde quer que passarem esses dois ribeiros viverá, e haverá muitos
peixes; porque essas águas chegarão lá, curando-as, e tudo viverá por onde quer
que esse rio passe. Também os pescadores estarão ao longo dele; desde En-Gedi
até En-Eglaim, haverá lugar para lançar as redes; o peixe de lá, de acordo com
sua espécie, será como o peixe do mar Grande, em grande quantidade"
(Ez 47.9-10).
C-
A fome será erradicada para sempre.
"Eu
vos purificarei de todas as vossas impurezas; farei brotar trigo para vocês em
abundância e nunca mais permitirei que a fome os atinja. Multiplicarei os
frutos das árvores e a colheita do campo, para que nunca mais sofram com a
vergonha da fome entre as nações." (Ezequiel 36.29).
D-
A terra se transformará em um paraíso.
"As
áreas devastadas serão como o jardim do Éden, e as cidades abandonadas,
destruídas e desertas serão fortalecidas e habitadas. Assim como o rebanho
sagrado de Jerusalém durante as festas, as cidades desertas serão preenchidas
com famílias, e todos reconhecerão que Eu sou o Senhor." (Ezequiel
36.35,37).
"Porque
o Senhor consolará Sião e todos os lugares devastados, transformando o deserto
em um Éden e a solidão em um jardim do Senhor. Alegria e regozijo serão
encontrados ali, junto com ações de graças e melodias." (Isaías 51.3).
E-
A prosperidade será abundante.
"Você
se alimentará das riquezas das nações e será sustentado pelos recursos dos
reis, e então reconhecerá que Eu sou o Senhor, seu Salvador, Redentor e o
Poderoso de Jacó. Em troca de cobre trarei ouro, em troca de ferro trarei
prata, em troca de madeira trarei bronze, e em troca de pedras trarei ferro;
farei com que seus líderes sejam pacíficos e seus governantes justos."
(Isaías 60.16-17).
17- Os homens viverão por
muito tempo.
a) Os homens que vierem a
falecer terão alcançado a idade de cem anos...
“Não haverá mais bebês
que morrem poucos dias após o nascimento! Os homens viverão por muitos e muitos
anos. Aos cem anos, uma pessoa ainda será considerada jovem, e somente os
pecadores morrerão com essa idade!” (Is 65.20 BV). Apenas os que pecarem morrerão
aos cem anos.
b) A população será
abundante, no início do milênio os homens serão escassos.
1) O número de homens
será muito reduzido.
“Dos moradores de Israel,
dois terços morrerão; apenas um terço sobreviverá.” (Zc 13.8 NTLH), a população
está estimada em mais de sete bilhões. Dividido em três, restarão cerca de
2.500, “Os teus homens cairão à espada, e os teus valentes, na guerra.” (Is
3.25 NTLH).
2) Naquele dia, sete mulheres se
unirão a um homem.
“Naquele dia, sete mulheres se unirão
a um homem e dirão: Nós proveremos nossa própria comida e vestimenta. Mas
permita-nos ser chamadas de suas esposas, para que não tenhamos a vergonha de
sermos solteiras.” (Is 4.1).
3) Mas o pequeno crescerá
rapidamente. O insignificante se tornará uma nação grandiosa.
“O pequeno se tornará mil, e o mínimo
se tornará uma nação grandiosa. Eu, o SENHOR, farei isso acontecer no tempo
certo.” (Is 60.22).
18- Haverá pleno conhecimento de
Deus. O conhecimento do Senhor será universal.
“Nenhum mal ou dano será feito em
todo o monte da minha santidade, porque a terra será preenchida com o
conhecimento do SENHOR, como as águas cobrem o mar.” (Is 11.9).
a) O evangelho será proclamado em
todo o mundo.
E este evangelho do Reino será
pregado em todo o mundo, como testemunho a todas as nações, e então virá o
fim.” (Mt 24.14). A terra só será destruída após o Milênio. “então virá o fim”.
Deus mesmo será o mestre.
"E muitos povos virão e dirão: Vamos subir ao monte do SENHOR, à casa do
Deus de Jacó, para que ele nos ensine seus caminhos e possamos andar em suas
veredas; pois a lei sairá de Sião, e a palavra do SENHOR de Jerusalém. (Isaías
2.3).
O Senhor aqui é "hwhy" em
hebraico, "Javé" Javé. Hayah. Anualmente, os sobreviventes da Grande
Tribulação irão adorá-lo em Jerusalém.
“E acontecerá
que todos os que restarem de todas as nações que vieram contra Jerusalém
subirão de ano em ano para adorarem o Rei, o SENHOR dos Exércitos, e para
celebrarem a Festa das Cabanas.” (Zc
14.16). Senhor aqui no Hebraico “hwhy” “Javé” Javé. Hayah.
a) Durante o milênio, será
estabelecido um padrão divino onde a falta de adoração ao Rei, o Senhor dos
Exércitos, resultará na falta de chuva sobre a terra daqueles que se recusarem
a subir a Jerusalém para prestar homenagem. Esse castigo será aplicado às
famílias que negligenciarem a celebração da Festa das Cabanas. (Zacarias
14:17-18) Provavelmente, esse cenário ocorrerá no final do milênio, quando
Satanás for solto, conforme descrito em Apocalipse 20:7-8.
b) Durante o período milenar, as
pessoas que comparecerem à Jerusalém para adorar perante o Senhor testemunharão
os corpos mortos daqueles que transgrediram contra Deus. Esses cadáveres serão
uma visão terrível para toda a humanidade, representando o destino daqueles que
se opuseram ao Senhor e sua lei. (Isaías 66:23-24)
Afirma Lawrence, “que será para os que
nascerem no Milênio ver o que aconteceu com quem desobedeceram a Deus”.
No final do Milênio, está previsto
que Satanás será solto da sua prisão por um período. Esse evento desencadeará
uma série de acontecimentos, incluindo a sua tentativa de enganar as nações que
habitam a terra, Gogue e Magogue, para uma batalha. (Apocalipse 20:7-8)
Essa breve liberdade de Satanás serve
a vários propósitos:
a) Testar aqueles que nasceram
durante o Milênio, mostrando que até mesmo sob um reino governado por Cristo,
as tentações podem persistir.
b) Revelar que a natureza humana não
convertida permanece inalterada, evidenciando que o problema do pecado reside
no coração humano, não nas circunstâncias externas.
c) Demonstrar, pela última vez, a
pecaminosidade intrínseca da natureza humana, apesar das condições favoráveis
proporcionadas pelo reinado de Cristo durante o Milênio.
d) Confirmar a rebelião contínua de
Satanás, mesmo após passar mil anos na prisão, mostrando que sua natureza não
mudou.
c) Após o
Milênio, Satanás será solto por um curto período de tempo, e muitos que
nasceram durante esse período não foram provados, pois Satanás estava preso.
Durante mil anos, a humanidade foi exposta às melhores influências espirituais
possíveis, com Cristo e o Espírito Santo reinando supremos em todo o mundo. No
entanto, ao final do Milênio, Satanás será solto do abismo por um curto período
de tempo (Apocalipse 20:3, 7-9), e uma vasta multidão se rebelará contra o
Senhor Jesus em Jerusalém, liderada por Gogue e Magogue. Deus enviará fogo do
céu para destruir todos os rebeldes e o mundo. Deus aparecerá repentinamente,
como um ladrão (2 Pedro 3:10), quando Cristo vier buscar a Igreja de forma
repentina (1 Tessalonicenses 5:4; Mateus 24:42). Os cristãos esperam por mais
de dois mil anos, sem saber quanto tempo se passará após os mil anos em que
Satanás enganará a humanidade (2 Pedro 3:8). Quando ele conseguir reunir as
nações dos quatro cantos da terra, sairá para cercar o arraial dos santos e a
cidade amada (Apocalipse 20:9). Deus agirá repentinamente, derramando fogo
(Apocalipse 20:10; 2 Pedro 3:10), e a terra não suportará a glória de Deus (2
Pedro 3:10). Todos os que foram enganados pelo diabo serão destruídos, seus
corpos físicos serão consumidos pelo fogo (2 Pedro 3:12), e comparecerão para o
julgamento final.
d) Deus
destruirá Satanás, lançando-o para sempre no lago de fogo, onde estão seus
companheiros, o falso profeta, o anticristo e os anjos maus (Apocalipse
20:9-10).
c) A terra será destruída
completamente. Os céus desaparecerão como fumaça e a terra envelhecerá como uma
veste. Seus moradores morrerão como mosquitos, mas a salvação de Deus durará
para sempre, e Sua justiça não será quebrantada (Isaías 51:6). Isso é corroborado
por 2 Pedro 3:7, 10-13. Antes, a terra foi destruída pelo dilúvio (Gênesis 6 ao
8), mas agora será destruída pelo fogo (2 Pedro 3:7, 10). Este fogo não será
causado por mãos humanas ou armamentos, mas será trazido pela presença de Deus
Pai.
e) Durante a destruição da terra,
Deus esconderá aqueles que viveram durante o Milênio. Eles podem passar por uma
morte repentina ou serem transladados, como aconteceu com Enoque (Gênesis 5:24;
Hebreus 11:5), para participarem do julgamento das nações junto com Cristo (1
Coríntios 15:24-26; Daniel 7:9, 10) e a Igreja (1 Coríntios 6:2-3).
f) Jesus convocará todos à Sua
presença. Ele próprio disse que virá a hora em que todos os que estiverem nos
sepulcros ouvirão Sua voz e sairão para serem julgados (João 5:28, 29;
Apocalipse 20:13).
Tipos de Milênio
O Milenarismo é uma doutrina
teológica que se refere às crenças sobre o Reino Milenar de Cristo, que é
mencionado em Apocalipse 20. Existem várias interpretações sobre como entender
esse período milenar, e elas são frequentemente classificadas em três
categorias principais: Amilenismo, Pós-Milenismo e Pré-Milenismo. Aqui estão os
diferentes tipos de Milenarismo:
1) Amilenistas: Essa visão não
interpreta o Milênio de forma literal. Para os amilenistas, o Milênio é uma
realidade espiritual que começou com o primeiro advento de Cristo e se estende
até o Seu segundo advento. Eles não acreditam em um reinado literal de mil anos
de Cristo na terra. A grande tribulação é vista como uma fase da história da
igreja, e o evangelho continua a ser pregado até a volta de Cristo.
2) Pós-Milenistas: Assim como os amilenistas,
os pós-milenistas também veem o retorno de Cristo após o Milênio e a
tribulação. No entanto, eles acreditam que a história está progredindo em
direção à cristianização do mundo pela igreja. Eles esperam um período de paz e
prosperidade na terra antes do retorno de Cristo, que pode durar um período
indeterminado.
3) Pré-Milenistas: Esta visão
acredita que o Milênio é um período futuro e literal de mil anos na terra, que
acontecerá após a tribulação e antes do retorno de Cristo. Existem duas
subcategorias principais de pré-milenistas:
a) Pré-Milenismo
Histórico: Coloca o Milênio após a tribulação, mas vê a tribulação como um
período breve e indeterminado de aflição.
b) Pré-Milenismo
Dispensacionalista: Esta visão associa a tribulação com a "70ª
semana" de Daniel e acredita que durará sete anos. Eles também esperam um
arrebatamento pré-tribulacional, onde os crentes serão removidos antes desse
período de tribulação, seguido pelo reinado milenar de Cristo na terra.
Essas são as principais abordagens para entender o
Milênio na escatologia cristã, cada uma com suas próprias interpretações e
ênfases teológicas.[1]
O
pré-milenismo histórico é uma interpretação escatológica que afirma a crença em
um reino literal de mil anos na terra, após a segunda vinda de Cristo. Esta
visão foi amplamente defendida pelos primeiros pais da igreja, como Justino de
Roma, Ireneu de Lion, Tertuliano e Cipriano, e foi considerada ortodoxa por
várias razões:
1) Defesa
do Apocalipse: Os pré-milenistas históricos apoiavam a apostolicidade e
canonicidade do livro do Apocalipse contra aqueles que negavam esse livro e
rejeitavam o milenismo.
2) Oposição
aos gnósticos: Eles se opunham aos gnósticos, que tendiam a espiritualizar
a doutrina cristã, destruindo assim a esperança no futuro reino literal de
Cristo na terra.
3) Oposição
aos platônicos: Os pré-milenistas históricos também se opunham aos cristãos
platônicos, como Orígenes, que rejeitavam a ideia de um milênio literal
baseando-se em uma interpretação alegórica, mostrando assim um menosprezo
idealista pela criação.
Durante a
Reforma Protestante e nos séculos seguintes, o pré-milenismo histórico foi
defendido por figuras proeminentes como William Tyndale, muitos anabatistas,
puritanos, batistas, pietistas alemães e líderes do avivamento. Até mesmo
teólogos contemporâneos como Oscar Cullmann, George Eldon Ladd, Wayne Grudem e
outros afirmaram essa posição.
De acordo
com o pré-milenismo histórico, a ordem dos eventos escatológicos seria a
seguinte:
1) A época
presente da igreja, da evangelização e da apostasia do homem;
2) A grande
tribulação de sete anos, ascensão do anticristo e perseguição da igreja;
3) A volta
de Cristo, arrebatamento, primeira ressurreição e batalha do Armagedom;
4) A
inauguração do milênio e a prisão de Satanás no abismo;
5) O fim do
milênio, soltura de Satanás e rebelião das nações;
6) A
derrota final de Satanás, ressurreição dos ímpios e julgamento final;
7) O estado
eterno.
Quase todos
os pré-milenistas históricos são pós-tribulacionistas, o que significa que
acreditam que o arrebatamento dos crentes ocorrerá no final da grande
tribulação, coincidindo com a segunda vinda de Cristo. Esta posição é defendida
tanto por figuras históricas como por teólogos contemporâneos.
O pré-milenismo dispensacional é
uma interpretação escatológica que se desenvolveu no século XIX, principalmente
pelos ensinamentos de Edward Irving e John Nelson Darby. Essa teologia,
popularizada por C. I. Scofield, compartilha muitos pontos com o pré-milenismo
histórico, mas também apresenta algumas diferenças significativas.
Os principais elementos do
pré-milenismo dispensacional incluem:
1. Interpretação Literal: Os
dispensacionalistas afirmam manter uma interpretação rigidamente literal da
Bíblia e muitas vezes acusam outros sistemas escatológicos de
"espiritualizarem" as Escrituras.
2. Distinção entre Israel
e Igreja: Uma característica distintiva é a ênfase na distinção radical entre
Israel e a igreja. Eles afirmam que as promessas do Antigo Testamento para
Israel serão cumpridas literalmente no futuro, e veem o moderno Estado de
Israel, criado em 1948, como um cumprimento dessas profecias.
3. Dispensações: Os
dispensacionalistas dividem a história bíblica em diferentes
"dispensações", períodos de tempo durante os quais a humanidade é
testada quanto à sua obediência a uma revelação específica da vontade de Deus.
Cada dispensação termina com o fracasso humano e o juízo de Deus.
4. Arrebatamento
Pré-Tribulacional: Uma doutrina destacada é o ensino do arrebatamento
pré-tribulacional da igreja, que afirma que os crentes serão arrebatados antes
do início da grande tribulação.
5. Principais Dispensações:
- Inocência ou Edênica: Da criação do homem até a queda.
- Adâmica ou da Consciência: Após a queda, quando o homem adquire
conhecimento do bem e do mal.
- Noaica ou do Governo Humano: Do dilúvio até a torre de Babel.
- Abraâmica ou da Promessa: Deus escolhe Abraão e faz uma promessa
incondicional, passando a mordomia por sua linhagem.
- Mosaica ou da Lei: Dada exclusivamente ao povo de Israel, abrangendo o
período entre a entrega da lei a Moisés e a morte de Cristo.
- Igreja ou da Graça: Iniciada com a morte de Cristo, envolvendo a
formação da igreja, e que continuará até o arrebatamento pré-tribulacional.
- Tribulação ou do Juízo: O período de sete anos que inclui a grande
tribulação, entre a dispensação da igreja e a próxima.
O pré-milenismo dispensacional tem
sido associado a algumas denominações e agências missionárias que tendem a
rejeitar amilenistas ou pós-milenistas. A posição pré-tribulacionista é uma
característica proeminente, enfatizando o arrebatamento secreto da igreja antes
da grande tribulação.
O pré-milenismo dispensacional, como
mencionado anteriormente, divide a história bíblica em diferentes dispensações
e destaca o Milênio como o alvo para o qual todas as outras dispensações se
encaminham. Aqui estão alguns pontos adicionais sobre as dispensações finais:
6. Dispensação da Tribulação:
- Alguns dispensacionalistas adotam o
mid-tribulacionismo, que sugere que a igreja será arrebatada no meio do período
da tribulação, antes da parte mais intensa da grande tribulação.
- Gleason L. Archer, J. Oliver Buswell e
Merrill C. Tenney são defensores dessa posição.
7. Dispensação
do Reino ou Dispensação do Milênio:
- Esta dispensação durará mil anos,
caracterizada por justiça, paz e prosperidade sob o governo de Jesus Cristo.
- Representa o cumprimento das promessas do
Antigo Testamento relacionadas ao reinado messiânico.
- Durante esse período, Satanás será solto
no final, levando à rebelião final e à derrota antes da ressurreição dos ímpios
e do julgamento final.
- O reino de Deus será estabelecido pelo
poder de Jesus, não por esforços humanos.
8. Estado Eterno:
- Após o Milênio, começa o estado eterno,
onde Deus criará novos céus e nova terra, e haverá a habitação eterna dos
redimidos em um ambiente perfeito.
- Este é o estado final da existência,
marcado pela ausência de pecado, sofrimento e morte.
Alguns dos
primeiros dispensacionalistas nos Estados Unidos, como C. I. Scofield, Amo C.
Gaebelein e Lewis S. Chafer, desempenharam papéis significativos na promoção
dessas ideias. Entre os defensores contemporâneos dessa posição estão John F.
Walvoord, J. Dwight Pentecost, Charles C. Ryrie, Norman Geisler, J. Scott
Horrell, Walter C. Kaiser, Francis Schaeffer e John MacArthur Jr. Esses
teólogos continuam a influenciar muitos que adotam o pré-milenismo
dispensacional.
(Extraído
de Franklin Ferreira e Alan Myatt. Teologia Sistemática — editora: Vida Nova,
SP. 2007, pp 101-1102; 1107-1108).
[1] Apostila
de escatologia curso básico de teologia “VIDA NOVA COMUNIDADE PENTECOSTAL”. Disponível
<www.vncp.com.br> em Mar. 2010. FAETAD‐SP. Disponível <www.teologiaadistancia.com.br>
em Mar. 2010.
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