Introdução:
O
tema do TRONO BRANCO, como descrito nas Escrituras Sagradas, é uma
questão de profundo significado teológico e espiritual para os crentes.
Trata-se do momento em que a justiça divina é plenamente manifestada, onde
todos os seres humanos, desde o início da criação até o fim dos tempos, serão
chamados a prestar contas diante de Deus. Este julgamento final é descrito como
um evento de tremenda magnitude, onde cada ação, pensamento e intenção serão
revelados e avaliados. Neste contexto, a compreensão do trono branco oferece uma
visão penetrante da soberania e santidade de Deus, assim como da importância da
fé e da responsabilidade moral do ser humano.
TEXTO:
Atos
17.31: “Porquanto tem determinado um dia
em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do varão que destinou; e
disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dos mortos”
Este
veredicto está programado para ocorrer após o Milênio, mil anos após o
julgamento das nações. Ao contrário do julgamento das nações, que ocorreu na
terra, este será realizado nos domínios celestiais onde Deus reside.
Alguns
estudiosos consideram que este julgamento é semelhante ao juízo descrito em
Apocalipse 20:11-15, ou seja, um julgamento geral de todos os seres humanos
diante do Grande Trono de Deus. Uma comparação entre esses dois julgamentos
revela que não são idênticos.
Mt
25.31-46 |
Ap
20.11-15 |
1 - Nenhuma ressurreição
mencionada 2 - Serão julgadas “as
nações". 3 - O julgamento realizado
na terra (Joel 3.2). 4 - Há classes de
julgados: ovelhas, e bodes 5 - Nenhum livro é
mencionado, 6 - Ocorrerá antes do
Milénio. |
1 – É mencionada a
ressureição. 2 - Serão Julgados “os
mortos” 3 – A terra e o céu já
fugiram 4 – Há uma só classe – os
mortos. 5 – Os livro serão
abertos. 6 – Ocorrerá depois do
Milênio. |
É
evidente que um desses julgamentos ocorrerá na terra, enquanto o outro será nas
regiões celestiais. O julgamento descrito em Mateus 25 não se refere à Igreja,
pois ela estará associada a Cristo nesse julgamento (1 Coríntios 6:2,3).
É
importante não se iludir: o Julgamento Final não é uma suposição. É algo já
determinado por Deus para que Sua justiça seja completamente reconhecida e
exercida em todo o Universo.
Esse reconhecimento se dará:
1.
Dos crentes (2 Coríntios 5:10);
2.
De Israel (Ezequiel 20:34-38);
3.
Das nações (Mateus 25:31-40);
4.
Dos anjos (1 Coríntios 6:3).
Provavelmente
ocorrerá simultaneamente com a renovação da terra pelo fogo.
Mas
os céus e a terra que agora existem pela mesma palavra se reservam como tesouro
e se guardam para o fogo, até o Dia do Juízo e da perdição dos homens ímpios.
(...) aguardando e apressando-vos para a vinda do Dia de Deus, em que os céus,
em fogo, se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a
sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça (2
Pedro 3:7,12-13).
No
Julgamento Final, ninguém escapará da justiça divina. Contra ela não há
subterfúgios ou brechas legais. Os culpados serão rigorosamente lançados no
lago de fogo, onde serão atormentados pelos séculos dos séculos.
Referências:
Gêneses
18.25: “Não é possível que mates os bons junto com os maus, como se todos
tivessem cometido os mesmos pecados. Não faças isso! Tu és o juiz do mundo
inteiro e por isso agirás com justiça.” (Cf., v 26).
“E também
o Pai a ninguém julga, mas deu ao Filho todo o juízo, E
deu-lhe o poder de exercer o juízo, porque é o Filho do Homem” (Jo
5.22,27).
Mateus
25.32: “E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos
outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas.”
“E nos
mandou pregar ao povo e testificar que ele é o que por Deus foi constituído
juiz dos vivos e dos mortos.” (At 10.42).
Nessa
ocasião, os ímpios falecidos de todas as épocas ressuscitarão com seus corpos
físicos e imortais, porém marcados pelo peso do pecado. "E não temais
aqueles que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode
fazer perecer no inferno a alma e o corpo." (Mateus 10:28).
Quem vai comparecer a este
julgamento?
São ressuscitados todos os ímpios que morreram desde o princípio da
criação até o fim do Milênio. Eles ressuscitarão em corpos imperecíveis, porém
ainda carregados de pecado.
Isso inclui:
- Os que morreram no Dilúvio (Gênesis 7-8; "...e não poupou o mundo antigo, mas guardou a
Noé..." - 2 Pedro 2:4).
- Os que morreram na
destruição de Sodoma e Gomorra (Gênesis
18).
- Faraó e seu exército (Êxodo 14).
- Todos os que estão no
tormento do inferno sairão (Lucas 16:23; Apocalipse
20:13: "E o mar entregou os mortos que nele estavam; e a morte e o
Hades entregaram os mortos que neles estavam; e foram julgados, cada um de
acordo com o que haviam feito.").
As Escrituras ensinam que todos serão julgados. Vejamos algumas passagens
que tratam desse assunto:
E vi os mortos, grandes e pequenos, em pé diante do trono; e foram
abertos livros. Ainda outro livro foi aberto, que é o livro da vida. Os mortos
foram julgados de acordo com o que tinham feito, segundo o que estava
registrado nos livros. O mar entregou os mortos que nele estavam, e a morte e o
Hades entregaram os mortos que neles estavam; e cada um foi julgado de acordo
com o que tinha feito (Apocalipse 20:12-13).
- Os anjos caídos (2 Pedro 2:4-10; Judas 6):
Porque, se
Deus não perdoou aos anjos que pecaram, mas, havendo-os lançado no inferno, os
entregou às cadeias da escuridão, ficando reservados para o juízo; e não
perdoou ao mundo antigo, mas guardou a Noé, oitavo pregoeiro da justiça,
trazendo o dilúvio sobre o mundo dos ímpios; e condenou à subversão as cidades
de Sodoma e Gomorra, reduzindo-as a cinzas, e pondo-as para exemplo aos que
vivessem impiamente; e livrou o justo Ló, enfadado da vida dissoluta dos homens
abomináveis (porque este justo, habitando entre eles, afligia todos os dias a
sua alma justa, vendo e ouvindo suas obras injustas); assim sabe o Senhor
livrar da tentação os piedosos, e reservar os injustos para o dia de juízo,
para serem castigados; e principalmente aos que segundo a carne andam em
concupiscências de imundícia, e desprezam as dominações; atrevidos, não
receando blasfemar das dignidades. (2 Pedro 2:4-10).
"E
os anjos que não guardaram a sua origem, mas deixaram a sua própria habitação,
reservou debaixo da escuridão e em prisões eternas até o juízo daquele grande
dia." (Judas 6).
- Satanás:
"E
o diabo, que os enganava, foi lançado no lago de fogo e enxofre, onde está a
besta e o falso profeta; e de dia e de noite serão atormentados para todo o
sempre." (Apocalipse 20:10). Isso sugere que ele será lançado antes do
julgamento das nações.
- Todos os crentes estarão presentes, assentados
com Cristo no trono:
"Não
sabeis vós que havemos de julgar os anjos? Quanto mais as coisas pertencentes a
esta vida?" (1 Coríntios 6:3).
Não
serão julgados (João 5:24; Romanos 8:1), mas julgarão os ímpios (1 Coríntios
5:2).
Observação:
Existem diferentes interpretações sobre a participação dos fiéis no julgamento
final. Alguns acreditam que os fiéis ressuscitarão com um corpo incorruptível e
julgarão junto com Jesus, enquanto outros acreditam que serão transformados em
um corpo incorruptível e participarão do julgamento de diferentes maneiras. A
Bíblia não oferece uma clara definição sobre esse aspecto.
3- Como se processará este
julgamento?
A
lei pela qual todos serão julgados é a palavra de Deus.
O
julgamento será individual e baseado no registro das obras de cada pessoa nos
livros de Deus, conforme Apocalipse 20:12.
Haverá registros detalhados no julgamento final: "...
abriram-se os livros. E abriu-se outro livro, que é o da vida..."
(Apocalipse 20:12).Alguns desses livros devem ser:
O Livro dos
vivos, - isto é, que é como uma certidão de nascimento espiritual.
Êxodo 32:32
(ARA) menciona a solicitação de Moisés para ser apagado do livro de Deus,
referindo-se à sua vida sendo registrada por Deus. Salmo 139:16 destaca como
Deus registra todas as coisas desde o início da vida de uma pessoa. Deus
prometeu apagar do Livro da Vida aqueles que pecarem contra Ele (Êxodo 32:33).
Esse livro, mencionado por Davi, representa o plano divino para nossas vidas,
mas ressalta que podemos alterá-lo por meio de nossas escolhas (Deuteronômio
28:1; Josué 24:15; 1 Reis 18:21; Hebreus 4:7), demonstrando o livre-arbítrio
concedido por Deus.
O Livro das
Lágrimas, simbolicamente representando o registro das aflições e tristezas
humanas.
O Salmo
56:8 expressa a preocupação de que Deus tenha registrado todas as lágrimas
derramadas. De acordo com a crença rabínica citada por Lamartine Posella, há um
livro onde todas as lágrimas humanas são registradas, limitadas por Deus para
cada indivíduo.
O Livro da
Natureza, que revela o poder e a glória de Deus através de Suas obras.
Romanos
1:20 declara que desde a criação do mundo, a natureza evidencia a existência de
Deus. O Salmo 19:1-4 também destaca como a criação testemunha a grandiosidade
de Deus. O livro da natureza será aberto como testemunho contra aqueles que
distorceram e violaram as leis naturais e morais estabelecidas por Deus, como
mencionado pelo Pr. Alexandre Augusto. Essa abertura do livro da natureza será
acompanhada pelo livro da consciência, revelando as impurezas e transgressões
cometidas pelos homens:
“É triste de
imaginar o homossexualismo, o lesbianismo, o adultério, a fornicação, até mesmo
o pedofelismo, tudo isso, está até mesmo dentro das igrejas. Crentes falsos que
vão encarar o Juiz. Este será o livro da natureza, que o homem deturpou,
segundo as impurezas da carne. Por isso creio que o livro da natureza será
aberto para mostrar para os homens que até mesmo se deitaram com animais que
Jeová abomina o pecado. Já está decretado, homens abomináveis, impuros,
imorais, serão condenados pelo decreto do Livro Da Natureza. Por isso o livro
da Consciência estará na mesa do justo Juiz. Então se abrirá o livro Consciência”. (Pereira, 2009)[1]. Você por
está-se perguntado: mas, nesses textos não se fala de livro. Respondo: como se
pode uma lei se não no livro. Segundo o Dicionário vinde “livro”
representa a revelação dos propósitos e conselhos de Deus relativos ao mundo.
(VINDE, 2002)[2].
O Livro da
Consciência, que testifica as ações e pensamentos humanos.
Mais uma vez deixo o comentário do
Pr. Alexandres.
“Vejo
aqui aqueles que realmente tiveram suas mentes cauterizadas por este mundo, que
somente praticaram o mal, somente fizeram o mal, nunca tendo consciência do que
faziam, preferiram dar comidas aos seus animais a alimentarem um andarilho,
tiveram uma falsa vida de moralismo, pessoas que deram ouvidos as muitas vezes
que o Espírito Santo lhe chamava para virem para o Reino de Deus. Estes dirão,
eu reconheço que Deus existe, quando se abrir o livro da Redenção, dirão, eu
não fui homossexual, quando se abrir o livro da natureza, mas serão condenados
pelo livro da consciência, mentes cheias do pecado. O que dizer dos cristãos,
que vivendo dentro das igrejas possuem mentes deturpadas, não conseguem ter
consciência do mal em suas vidas. Por isso o livro da Consciência estará na
mesa do justo Juiz”.
(Pereira, 2009).
O Livro dos Atos dos Homens, que
registra todas as palavras e ações.
O Livro da Lei (Pentateuco), que
revela o conhecimento do pecado.
Romanos
2:12 ensina que aqueles que pecaram sem a lei também perecerão, enquanto os que
pecaram sob a lei serão julgados por ela. A Lei mostra o pecado, como declarado
em Romanos 3:20. Deuteronômio 31:26 instrui a colocar o Livro da Lei ao lado da
Arca da Aliança como testemunha contra o povo. Ensinar os mandamentos de Deus
aos filhos é uma responsabilidade dos pais, como indicado em Deuteronômio
11:19, para que possam ser salvos do pecado e conduzidos ao conhecimento de
Deus.
O Livro do
Evangelho, que revela a verdade e o julgamento justo.
O Livro do
Evangelho revela a verdade e o julgamento justo, conforme mencionado em Romanos
2:16. Neste versículo, é dito que Deus julgará os segredos dos homens por meio
de Jesus Cristo, de acordo com o Evangelho. Isso significa que o Evangelho
servirá como base para o julgamento justo de Deus.
Além disso,
o texto destaca que mesmo aqueles que não conhecem explicitamente o Evangelho
podem ser salvos se reconhecerem a existência de Deus e O temerem, como
observado em Romanos 2:14. Isso ressalta a importância da fé e do temor a Deus
como elementos fundamentais para a salvação, independentemente do conhecimento
explícito do Evangelho.
Por fim, é
enfatizado que o juízo de Deus é conforme a verdade e a justiça, como afirmado
em Apocalipse 16:7. Isso reforça a ideia de que o julgamento divino é baseado
em princípios éticos e morais, garantindo a equidade e a justiça para todos.
A Bíblia, que servirá como a palavra de julgamento.
João
12:47-48 indica que aqueles que ouvirem as palavras de Jesus e não crerem serão
julgados por Sua palavra no último Dia. Isso é corroborado por Deuteronômio
18:19. A presença do Livro da Vida nesse momento servirá para mostrar aos
descrentes que seus nomes não estão nele, como mencionado em Mateus 7:22-23.
O Livro da Vida, onde estão registrados os nomes dos salvos.
Daniel
12:1 descreve um tempo de angústia, no qual o povo de Deus será salvo, aqueles
cujos nomes estão escritos no Livro da Vida. Lucas 10:20 e Filipenses 4:3
também fazem referência a esse livro. Aqueles cujos nomes não são encontrados
no Livro da Vida serão lançados no lago de fogo, como declarado em Apocalipse
20:15.
Qual será a sentença?
a)
Vida eterna no lago de fogo:
-
Mateus 25:41 adverte sobre o destino dos ímpios, que serão lançados no fogo
eterno preparado para o diabo e seus anjos.
-
Marcos 9:45-46 descreve o terrível destino daqueles que são lançados no
inferno, onde o fogo nunca se apaga e o tormento é eterno.
-
Apocalipse 2:11 menciona a segunda morte como o destino daqueles que não
vencerem, indicando um estado de separação eterna de Deus.
-
Apocalipse 20:6 destaca a bem-aventurança daqueles que participam da primeira
ressurreição, pois não serão afetados pela segunda morte.
-
Apocalipse 20:14 e 21:8 descrevem o destino dos ímpios no lago de fogo, que é a
segunda morte, um lugar de tormento eterno para os incrédulos, assassinos,
fornicadores, feiticeiros, entre outros.
b)
Vida eterna na nova terra e no novo céu:
-
Mateus 25:34 promete aos justos a herança do Reino preparado desde a fundação
do mundo. Este é o destino dos benditos de Deus.
Conclusão:
Em
suma, o julgamento do trono branco representa o culminar da história humana,
onde a justiça divina é plenamente estabelecida. É um momento de prestação de
contas individual e universal, onde cada ser humano é confrontado com suas
ações e escolhas diante do Deus Todo-Poderoso. Para os crentes, este evento é
uma lembrança solene da importância da fé, do arrependimento e da vida de
retidão diante de Deus. Ao mesmo tempo, é uma chamada para ação e reflexão,
incentivando todos a viverem de acordo com os princípios do amor, da justiça e
da verdade. Que possamos nos preparar diligentemente para este dia, confiando
na graça de Deus e buscando viver em conformidade com a Sua vontade, para que
possamos comparecer diante do trono branco com confiança e esperança.
[1] Pereira,
Pr. Alexandre Augusto. OS SETE LIVROS DO JUÍZO FINAL. Disponível em: 09 de Marco
de 2009, <https://www.webartigos.com/artigos/os-sete-livros-do-juizo-final/15311>
Disponível em: 17 Fer., 2020.
[2] VINE, W. E.; UNGER, Merril F.;
WHITE JR, William. Dicionário Vine.2.
ed. Rio de janeiro: CPAD, 2003.
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