“pois,
como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim estará o
Filho do Homem três dias e três noites no seio da terra,” (Mt 12.40).
Desde já, é importante salientar que
se trata de uma expressão idiomática e não de um relato detalhado de tempo. Vou
apresentar alguns exemplos disso encontrados em outros textos bíblicos.
1 Samuel 30.12-13 – “um pedaço de bolo de figos prensados e dois
bolos de uvas passas. Ele comeu e recobrou as forças, pois tinha ficado três
dias e três noites sem comer e sem beber. Davi lhe perguntou. A quem você pertence e de onde vem”? Ele
respondeu. Sou um jovem egípcio, servo
de um amalequita. Meu senhor me abandonou quando fiquei doente há três dias”.
Ou seja, três dias e três noites = há três dias.
Gêneses 42.17-18 – “E os deixou presos três dias. No terceiro
dia, José lhes disse…”
Neste caso, se eles estiveram presos
durante três dias e José os libertou depois disso, então eles teriam sido soltos
no quarto dia, certo? No entanto, não é isso que acontece. Ele os liberta no
terceiro dia, ou seja, eles ficaram presos durante três dias (de forma
idiomática e expressiva) e foram soltos no terceiro dia (literalmente).
Assim, se analisarmos este texto de
forma literal, poderíamos encontrar uma contradição, uma vez que os irmãos
estariam detidos durante 72 horas, mas o texto também menciona que foram
libertados antes desse período. No entanto, não há contradição, uma vez que se
trata apenas de uma expressão idiomática.
Desta forma, "um dia e uma noite" era uma expressão
idiomática utilizada pelos judeus para se referir a um dia, mesmo que se
tratasse apenas de uma parte do dia, o que também pode ser observado no Velho
Testamento. Em resumo, a expressão "um dia e uma noite" representava
tanto o dia completo como uma parte dele.
Uma maneira diferente de interpretar
"três dias e três noites" é levar em consideração o método judaico de
calcular o tempo. Qualquer parte de um dia era considerada como um dia
completo.
O Talmude de Jerusalém, assim chamado
por ter sido escrito em Jerusalém, afirma: "Temos um ensinamento - 'Um dia
e uma noite são um Onah" (Mishnah, Tratado "J. Shabbath",
Capítulo IX, Parágrafo 3).
Um "Onah" é simplesmente
"um período de tempo".
Portanto, temos a evidência de que a
expressão "três dias e três noites" é "figurativa",
representando três dias consecutivos, independentemente do tempo (horas)
decorrido durante esse período.
Ilustração dos três dias e três
noites entre a morte e ressurreição de Jesus.
A expressão "três dias e três
noites" é usada figurativamente para representar o período entre a morte e
a ressurreição de Jesus. Se Jesus tivesse sido sepultado depois do Shabat
(sexta-feira após as 18 horas), a profecia não teria sido cumprida, pois não poderíamos
contar o dia de sexta-feira. No entanto, como foi sepultado antes do pôr-do-sol
do Shabat, contamos o dia do sepultamento.
Portanto, Jesus não errou ao dizer
que estaria três dias sepultado, pois ele não usou o termo "o filho do
homem ficará três dias sepultado". Ele usou "três dias e três
noites" porque sabia que era uma expressão que indicaria a sua ressurreição
no domingo.
Se não fosse assim, os fariseus
teriam pedido uma guarda até o quarto dia. No entanto, eles solicitaram aos
romanos que tomassem conta do túmulo até o terceiro dia, ou seja, até domingo
ao pôr do sol.
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