Resposta.
De acordo com a Bíblia, Jesus
teve quatro irmãos (Tiago, José, Simão e Judas) e também algumas irmãs (Mt
12.46-50; 13.55-56; Jo 2.12; 7.3-10; At 1.14; 1Co 9.5; Gl 1.19). Devido ao mito
de que Maria foi uma virgem perpétua, surgiu a teoria de que esses
"irmãos" de Jesus na verdade eram apenas primos. Essa explicação é
conveniente, mas vai contra a evidência. A palavra "irmão" em
hebraico "ach" e em grego "adelphos" é usada 346 vezes no
Novo Testamento e nunca significa "primo". Havia uma palavra para
primo, "anepsios", usada em Colossenses 4.10, mas não é a que foi
usada nos textos acima. É verdade que a palavra "irmão" é usada para
a irmandade espiritual, mas sempre que "irmão" é usada no Novo
Testamento para uma relação de família física, ela simplesmente significa
irmão. Se "irmão" significasse primo, em Lucas 8.19-21, Jesus estaria
dizendo que sua mãe e seus "primos" eram aqueles que ouvem a palavra
e a cumprem..
Toda esta polémica é resultado de uma tendência para atribuir a Maria
uma honra indevida. Muitos acreditam que Maria tinha e ainda tem uma influência
especial sobre Jesus, e que ela pode ser uma mediadora entre nós e Jesus. No
entanto, é importante notar quantas vezes, na Bíblia, Jesus mostrou que Maria
não tinha um poder especial para influenciá-lo.
1. Quando disseram a Jesus que a sua mãe e irmãos estavam à sua procura,
ele respondeu que considerava como sua mãe e irmãos verdadeiros aqueles que o
obedecem (Mt 12.46-50; Mc 3.31-35; Lc 8.19-21).
2. Quando a mãe de Jesus sugeriu que a falta de vinho no casamento seria
uma boa oportunidade para ele se declarar como o Messias, ele recusou a sugestão,
dizendo: "Mulher, que tenho eu a ver
contigo? Ainda não chegou a minha hora" (Jo 2.4).
3. Quando uma mulher na multidão disse a Jesus: "Bem-aventurada aquela que te concebeu e os
seios que te amamentaram", Jesus respondeu: "Antes bem-aventurados são os que ouvem a palavra de Deus e a guardam".
Paulo concluiu em 1 Timóteo 2.5 que há "um só mediador entre Deus e os homens, Cristo Jesus"..
Maria
parece ter sido uma mulher virtuosa, uma seguidora fiel (Atos 1.4). No entanto,
ela não possui nenhum poder especial para influenciar Jesus e não era uma
virgem perpétua, como também é mencionado em Mateus 1.25, que diz: "E não
a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe o nome de
JESUS". O termo "não a conheceu" no grego "ginwskw
ginosko" é uma expressão idiomática judaica para relação sexual entre
homem e mulher (veja Gênesis 4.1). Outra palavra a ser considerada é "primogênito"
(Lc 2.7), no grego "prwtotokov prototokos", que significa nascer
primeiro, primeiro filho, homem ou animal - a Bíblia usa principalmente o termo
primogênito para se referir ao filho mais velho de um casal. No entanto, o
termo também pode ser usado para se referir à filha mais velha (primogênita) e
à primeira cria de um animal (Gn 29.26; Lv 27.26). Se Jesus fosse o único filho
de Maria, os textos de Mateus 1.25 e Lucas 2.7 teriam usado a palavra
"unigênito", que significa o único gerado. Quando esta palavra é
usada para se referir a Jesus nos textos bíblicos, ela indica que "Deus nunca foi visto por alguém. O Filho unigênito ("monogenhv monogenes"), que está no seio do Pai, esse o revelou"
(Jo 1.18, cf. João 3.16; 1João 4.9), indicando que Ele é o filho unigênito de
Deus, e não de Maria..
Outro
texto para analisar é Lucas 2.22-23: "Depois
de cumprirem tudo o que a Lei de Moisés exigia, levaram-no a Jerusalém para o
apresentar ao Senhor", v. 23. "conforme o que está escrito na lei do Senhor: 'Todo primogênito do sexo masculino será consagrado ao Senhor' (cf.
Êxodo 13.2). Ao ler os textos do Evangelho de Lucas, percebemos que Jesus era o
primogênito de Maria e José. Isso poderia implicar que Maria e José tiveram
mais filhos depois do nascimento de Jesus, mas interpretando o texto literalmente,
Jesus não seria o único Filho. Alguns teólogos católicos interpretam este texto
de forma errada, questionando como Maria poderia ter outros filhos em apenas
oito dias, já que ela levou o Filho Primogênito para ser apresentado segundo a
lei mosaica e não teria dado à luz outros filhos durante esse período. É
verdade que em apenas oito dias, Maria e José não poderiam ter tido mais
filhos. Lucas usou a palavra Primogênito porque, quando ele escreveu, Jesus não
apenas já tinha irmãos, mas também já tinha sido morto e ressuscitado. Ele
relatou o que tinha acontecido, e não o presente. Se Jesus não tivesse outros
irmãos, Lucas teria usado a palavra "unigênito" em vez de
"primogênito", pois ele conhecia as leis e sabia que não era apenas o
primogênito que seria apresentado, mas sim todos os primeiros filhos (Lv
12.1-8).
Jesus
foi criado em uma família com pai, mãe, irmãos e irmãs Marcos 6.3.
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