OS DISCÍPULOS

Se o mundo vos odeia, sabei que, primeiro do que a vós, me odiou a mim. Se vós fósseis do mundo, o mundo amaria o que era seu, mas porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do mundo, por isso é que o mundo vos odeia. Lembrai-vos da palavra que vos disse. Não é o servo maior do que o seu senhor. Se a mim me perseguiram, também vos perseguirão a vós; se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.” João 15.18-21.

Eis que vos envio como ovelhas ao meio de lobos; portanto, sedes prudentes como as serpentes e inofensivos como as pombas. Acautelai-vos, porém, dos homens; porque eles vos entregarão aos sinédrios, e vos açoitarão nas suas sinagogas Mateus 10.16-17.

1º O único seguidor de Cristo cujo fim consta na Bíblia é Judas Iscariotes, que traiu Cristo, influenciado pelo diabo. Enforcou-se, corroído pelo remorso Mateus 27.3-5.

2º Um dos apóstolos cuja morte está registrada nas Escrituras é Tiago (o irmão de João) Atos 12.1-2.

Pedro teria sido crucificado em Roma quando da perseguição do imperador Nero aos cristãos.

André, irmão de Pedro, de acordo com a crença, foi amarrado a uma cruz em forma de "X" na Grécia, onde foi para pregar o Evangelho. Também se afirma que ele foi sepultado em Patras, cidade da Acaia, após ser crucificado por Egéias, o governador dos edessenos. (FOXE, 2003, p. 17,18)[i]

Tomé, o que só acreditou na ressurreição de Jesus após ver e tocar seus estigmas tornou-se um dos mais ativos pregadores no leste da Síria. Teria sido morto na Índia por lanças de soldados locais.

Filipe teria sido executado por ordem de um nobre de Cartago (norte da África, então Ásia Menor), irado por sua esposa ter se convertido ao cristianismo pelo, o apóstolo. Uns afirmam que foi preso e torturado até morrer, enquanto outros defendem que foi crucificado. Há ainda quem diga que foi crucificado e apedrejado na Frígia, na atual Turquia.

Mateus, o ex-publicano (coletor de impostos), teria sido apunhalado na Etiópia, segundo a tradição. Acredita-se que Mateus tenha sido morto enquanto pregava o evangelho na Etiópia, onde ele teria sido martirizado por sua fé. Sua morte é lembrada como um exemplo de devoção e coragem para os seguidores do cristianismo. A tradição relata que Mateus foi fiel até o fim, mesmo diante da perseguição e do martírio. Sua memória é honrada e sua história é contada como um testemunho da força da fé.

Bartolomeu foi esfolado vivo e decapitado a mando do dirigente de Albanópolis, atual Derbent, na Rússia, onde ele teria chegado a trabalho de evangelização. Segundo Foxe, Bartolomeu que também pregou aos indianos e que traduziu o evangelho de S. Mateus para a língua deles. Por fim, em Albinópolis, cidade da grande Armênia, após várias per-seguições, foi abatido a bordoadas e depois crucificado. Em seguida, após ser esfolado, foi decapitado (FOXE, 2003, p 17).[ii]

Tiago, filho de Alfeu, pode ter sido apedrejado na cidade logo após a morte do governador romano Pórcio Festo, no ano 62, segundo o historiador Flávio Josefo em sua famosa obra “Antiguidade Judaica”.

10º Simão, o Zelote, conforme dizem, foi morto a machadadas após negar sacrificar ao deus Sol, pela multidão instigada por sacerdotes pagãos e autoridades, juntamente com Judas Tadeu. A sua recusa em adorar uma divindade pagã levou à sua morte brutal, demonstrando a sua firmeza na sua fé. Este evento trágico é um testemunho do seu compromisso com os princípios da sua religião e da sua coragem perante a perseguição religiosa.

11º Tadeu, martirizado a machadadas pelas autoridades persas e pela multidão instigada por sacerdotes zoroastristas juntamente com Simão, o Zelote.

12º João, o apóstolo do Apocalipse, pode ter sido o único discípulo direto de Jesus que teve morte natural, atingindo idade bem avançada (por volta de 100 anos). Fugindo à perseguição do imperador romano Domiciano, refugiou-se na ilha de Patmos, na Grécia, onde teria tido as visões que resultaram no texto do último livro bíblico, o Apocalipse. Segundo o historiador Eusébio de Cesareia, teria morrido em Éfeso.

Quanto aos outros discípulos diretos de Jesus, e aos que não o conheceram pessoalmente, mas o seguiu fielmente, como Paulo, suas mortes são conhecidas mais devido à reminiscência que a registros históricos. Os dados são dúbios, mas é o que de mais próximo encontramos hoje.

Matias, que substituiu Judas Iscariotes (Atos 1.15-26), segundo a tradição, seguiu a pregar pela Síria com André. Teria sido executado numa fogueira.

Marcos, o evangelista e primeiro bispo de Alexandria, difundiu o evangelho no Egito e acabou por ser amarrado, arrastado para a fogueira e queimado. Posteriormente, foi sepultado num local chamado "Bucolus", durante o reinado do imperador Trajano. (FOXE, 2003, p 17).[iii]

Lucas, o médico, teria sido enforcado em uma árvore na Grécia. A trágica história de Lucas, um médico respeitado em sua comunidade, chocou a todos. As circunstâncias que levaram a esse terrível desfecho ainda são um mistério, mas muitos acreditam que tenha sido um ato de violência sem sentido. Sua morte deixou um vazio na comunidade, e sua ausência é sentida por todos que o conheciam. As autoridades continuam investigando o caso, na esperança de encontrar respostas e justiça para Lucas. Enquanto isso, sua memória vive através das vidas que ele salvou e do legado que deixou para trás. Que sua alma descanse em paz.

E por último Paulo, o grande apóstolo dos  gentios, segundo a tradição cristão, foi decapitado em Roma por ordem do tirano Nero.

Embora descobrir como os apóstolos morreram seja de interesse geral e isso não possa ser comprovado (excetuando-se Judas Iscariotes e Tiago), é bem mais importante saber que todos estavam dispostos a dar suas vidas pela fé em Jesus Cristo.



[i] FOXE, John “O livro dos mártires”. Traduzido por Almiro Pizetta. Editora: Mundo Cristão. SP, 2003.

[ii] FOXE, p. 17.

[iii] FOXE,  p. 17.

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