QUAL FOI O SIGNIFICADO DE JESUS AO DIZER ESTA GERAÇÃO NÃO PASSARÁ

Mateus 24:34:Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas se cumpram.” 

A interpretação da passagem de Mateus 24:34, onde Jesus menciona "esta geração", tem sido objeto de intenso debate entre estudiosos da Bíblia, com diferentes opiniões sobre seu significado exato. Alguns argumentam que se refere à geração que testemunhará os eventos finais, enquanto outros interpretam de maneira mais simbólica.

Para muitos, a interpretação literal desse ditado como uma referência ao Segundo Advento de Cristo é considerada difícil de aceitar, especialmente considerando que Jesus o teria proferido apenas alguns dias antes de sua prisão e execução. No entanto, a autenticidade dessa narrativa tem sido questionada, levando alguns a sugerir que o discurso pode ter sido atribuído a Jesus por profetas na igreja primitiva.

Essa perspectiva é reforçada pela análise de Rudolf Bultmann, que interpretou o discurso de Marcos 13:5-27 como "um apocalipse judeu com edição cristã", indicando uma possível origem não diretamente associada ao Jesus histórico.

Outros estudiosos do Novo Testamento, mesmo aqueles que rejeitam a ideia de que Jesus poderia ter se enganado, estão convencidos de que a referência é para seu glorioso Advento. Eles argumentam que, se "todas essas coisas" indicam os eventos que levam ao Advento e ao próprio Advento, então "esta geração" deve ser entendida como a geração contemporânea de Jesus.

No entanto, exploram-se outros significados da palavra grega "genea" (traduzida como "geração" aqui) em certos contextos. Embora às vezes possa significar "raça", a ideia de que se refere à raça humana como um todo é questionável, pois implica que os seres humanos estarão presentes para testemunhar os eventos finais. Além disso, não há evidências no Novo Testamento de que a raça judaica desaparecerá antes do fim do mundo.

Em última análise, a interpretação de "esta geração" permanece um ponto de debate, com diferentes teorias buscando compreender o significado desse enigmático pronunciamento de Jesus sobre os eventos futuros.

A interpretação de "esta geração" como a geração contemporânea de Jesus, que estaria viva no momento em que Ele estava falando, é uma tentativa de conciliar a referência ao Segundo Advento com a ideia de que Jesus não cometeu um erro em sua previsão. No entanto, essa interpretação pode ser questionável quando consideramos o contexto histórico e o uso da expressão "esta geração" por Jesus em outros contextos.

Ao analisar como a expressão teria sido compreendida pelos ouvintes originais de Jesus, é importante observar que "esta geração" geralmente se refere à geração presente, sem limitar-se apenas às pessoas vivas em um momento específico. Jesus usou essa expressão várias vezes de maneira crítica para descrever a incredulidade e a indiferença de seus contemporâneos.

Ao comparar a geração de Jesus com a geração dos israelitas no deserto, vemos que ambos os grupos foram rotulados como "esta geração" devido à sua recusa em aceitar a palavra de Deus. Isso sugere que a expressão "esta geração" não se refere apenas a uma faixa etária específica, mas sim ao caráter espiritual e moral daqueles que vivem em determinado período de tempo.

Além disso, se Jesus estivesse se referindo à geração do tempo do fim, teria sido mais natural usar a expressão "aquela geração" em vez de "esta geração". O contexto da pergunta dos discípulos sobre a destruição do templo sugere que "todas essas coisas" se referem aos eventos que levariam à destruição do templo, e não necessariamente ao Segundo Advento.

Portanto, interpretar "esta geração" como a geração contemporânea de Jesus parece ser consistente com o uso que Ele fazia da expressão em outros contextos e com o contexto histórico da passagem. Isso ajuda a entender melhor a mensagem que Jesus estava transmitindo aos seus discípulos naquele momento específico.

A interpretação de "esta geração" como a geração contemporânea de Jesus, que estaria viva no momento em que Ele estava falando, é reforçada pelo contexto histórico e pela compreensão da expressão "esta geração" em outros trechos das Escrituras. Quando consideramos que "todas estas coisas" se referem à destruição do templo e aos eventos relacionados discutidos na pergunta dos discípulos, fica claro que o ditado duro resume a resposta à pergunta deles.

A profecia de Jesus sobre a destruição do templo se cumpriu em 70 d.C., quando os romanos sob o comando de Tito destruíram o templo de Jerusalém. Esse evento ocorreu dentro de um período de cerca de 40 anos após Jesus ter feito essa afirmação, o que é consistentemente descrito como uma geração na linguagem bíblica. A referência à "geração perversa" que peregrinou no deserto por 40 anos no Salmo 95:10 também sustenta essa ideia.

Ainda que Jesus tenha predito a destruição do templo, é importante observar que Ele também mencionou sua vinda nas nuvens com grande poder e glória. Alguns interpretam isso como uma descrição figurativa do juízo divino durante o cerco romano e a destruição de Jerusalém, mas essa interpretação pode ser questionável. A incerteza quanto ao momento exato da vinda do Filho do homem é ressaltada por Jesus, que declarou que apenas o Pai sabe o dia ou a hora desse evento.

As diferenças nos relatos de Marcos, Lucas e Mateus refletem as diferentes perspectivas e propósitos dos evangelistas ao escreverem seus evangelhos. Enquanto Marcos enfatiza a proximidade da destruição do templo, Lucas destaca o destino de Jerusalém, e Mateus distingue claramente entre a destruição do templo, já ocorrida, e a vinda futura do Filho do homem. Essas nuances nos evangelhos contribuem para uma compreensão mais completa do discurso de Jesus sobre esses eventos.


 

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