COMO PODE DEUS ENVIAR UM ESPÍRITO MALIGNO PARA ATORMENTAR O REI SAUL

1 Samuel 16:14 à Luz da Soberania de Deus

Tendo-se retirado de Saul o Espírito do SENHOR, da parte deste um espírito maligno o atormentava”.

O texto de 1 Samuel 16:14, que menciona um espírito maligno atormentando o rei Saul, pode ser inicialmente perturbador para muitas pessoas, levantando questões sobre a natureza de Deus e Seu relacionamento com o mal. No entanto, é essencial compreender o contexto e os princípios bíblicos subjacentes para obter uma compreensão mais clara dessa passagem.

1.  Rejeição de Saul por Deus: O texto anteriormente menciona que o Espírito do Senhor se retirou de Saul devido à sua desobediência e rejeição por parte de Deus (1 Samuel 15:27-28). A desobediência persistente de Saul e seu afastamento de Deus deixaram-no vulnerável à influência maligna.

2.  Soberania de Deus sobre todas as coisas: A compreensão da soberania de Deus é fundamental para interpretar corretamente essa passagem. Os servos de Saul identificaram o espírito maligno como enviado de Deus, reconhecendo a autoridade suprema de Deus sobre todas as coisas, inclusive sobre o mal (1 Samuel 16:15). Isso reflete uma perspectiva teológica comum no Antigo Testamento, onde Deus é visto como controlando tanto o bem quanto o mal (Amós 3:6).

3.  O mal sob a autoridade de Deus: Embora o mal exista e tenha efeitos reais, ele não opera fora do controle soberano de Deus. Como visto no livro de Jó, Satanás requer permissão de Deus antes de agir (Jó 1:12), e seu poder é limitado pelo Senhor. Mesmo o destino final do maligno está nas mãos de Deus (Apocalipse 20:10).

Portanto, enquanto o texto pode parecer problemático à primeira vista, quando visto à luz da soberania de Deus e da rejeição de Saul devido à sua desobediência, podemos entender que o espírito maligno que o atormentava estava dentro dos planos soberanos de Deus. Isso não absolve Saul de sua responsabilidade por suas ações, mas destaca a autoridade suprema de Deus sobre todas as coisas, incluindo o mal.

4.  O plano maior de Deus na vida de Saul e Davi: Como mencionado, o sofrimento de Saul e a ascensão de Davi estavam interligados no plano soberano de Deus. A queda de Saul e a ascensão de Davi foram parte do propósito divino para estabelecer a linhagem real de Davi e cumprir as promessas feitas a Israel. Assim, mesmo em meio às consequências da desobediência de Saul, Deus estava trabalhando para realizar Seus planos redentores.

5.  A justiça e a santidade de Deus: Embora possa ser difícil compreender os caminhos de Deus, a Bíblia afirma Sua justiça e santidade. Deus age de acordo com Sua natureza perfeita e em conformidade com Seus propósitos eternos, mesmo quando essas ações podem parecer misteriosas ou difíceis de entender para nós. Confiamos na bondade e na sabedoria de Deus, sabendo que Ele age de acordo com Seu caráter imutável.

6.  A limitação do entendimento humano diante de Deus: O texto de Romanos 9 nos lembra da nossa posição finita em relação a Deus. Como criaturas, não podemos compreender totalmente os caminhos de Deus, e nossa compreensão é limitada pelo nosso conhecimento limitado e perspectiva finita. Devemos humildemente confiar na sabedoria e na soberania de Deus, reconhecendo que Ele age de acordo com Seus propósitos soberanos e justos, mesmo quando não compreendemos plenamente Seus caminhos.

Conclusão:

Portanto, ao considerar a ação de Deus na vida de Saul e Davi, devemos confiar na sabedoria e na bondade de Deus, mesmo quando não entendemos completamente Seus propósitos e métodos.

 

AMIZADE NO CASAMENTO

TEXTO:Tenham por todos os mesmo cuidados. Não sejam orgulhosos, mas aceitem serviços humildes. Que nenhum de vocês fique pensando que é sábio!; E, finalmente, sede todos de um mesmo sentimento, compassivos, amando os irmãos, entranhavelmente misericordiosos e afáveis, (Rm 12.16; 1Pd 3.8 “ARC”).


I - TER RESPEITO PELO OUTRO

O respeito mútuo é um elemento fundamental para fortalecer a amizade no casamento e manter um relacionamento saudável. A Bíblia nos orienta sobre como demonstrar respeito tanto para o marido quanto para a esposa.

a) Tratar bem a esposa: A Palavra de Deus exorta os maridos a tratarem bem suas esposas. Efésios 5.28 destaca a importância do amor do marido por sua esposa, equiparando-o ao amor pelo próprio corpo. Colossenses 3.19 complementa essa orientação, instruindo os maridos a amarem suas esposas e evitarem irritação contra elas.

b) Tratar bem o esposo: Da mesma forma, as esposas são instruídas a tratar bem seus esposos. Efésios 5.22 enfatiza a importância da submissão da esposa ao marido, como ao Senhor. Gênesis 3.16 também menciona a relação de submissão da mulher ao homem. A Bíblia destaca que a esposa deve obedecer ao marido, conforme Colossenses 3.18.

É importante ressaltar que o respeito mútuo no casamento é essencial para que as orações sejam ouvidas por Deus. 1 Pedro 3.7 adverte os maridos a tratarem suas esposas com cuidado e respeito, reconhecendo-as como o sexo mais frágil. O versículo continua enfatizando que, se não houver respeito, as orações podem ser impedidas.

1 Coríntios 7.14 ressalta ainda que a relação de respeito no casamento tem implicações até mesmo na santidade dos filhos, mostrando a importância do ambiente familiar para a vida espiritual da família.

Portanto, o respeito mútuo no casamento não apenas fortalece o relacionamento entre marido e esposa, mas também tem implicações espirituais significativas para toda a família.

 

II - A PRENDA A CUIDAR UM DO OUTRO

a) Faça sua parte: A Bíblia nos ensina a praticar a reciprocidade nas relações. Mateus 7.12 nos orienta a fazer aos outros o que gostaríamos que fizessem por nós, pois essa é a essência da lei e dos profetas.

b) Valorize seu cônjuge como uma joia preciosa: Provérbios 18.22 nos mostra que encontrar uma esposa é uma bênção e um sinal do favor de Deus. Este versículo ressalta a importância e o valor da esposa na vida do marido. Cantares de Salomão 2.3 destaca o desejo e a doçura da presença do cônjuge amado.

c) Cuide de seu cônjuge em todas as áreas:

Sexualidade: 1 Coríntios 7.3-5 enfatiza a importância do cuidado mútuo e do respeito no contexto da intimidade conjugal. A passagem destaca a necessidade de consentimento mútuo e equilíbrio na vida sexual do casal, evitando a privação ou a exploração do outro. É importante observar as reclamações comuns feitas por esposas e maridos em relação à vida sexual, destacando a importância da comunicação e do equilíbrio emocional e espiritual nessa área.

Afeto e carinho: Provérbios 5.19 exorta os cônjuges a se deleitarem um no outro e a encontrarem atração mútua no amor. O carinho e afeição são aspectos essenciais para fortalecer o vínculo entre o casal.

Com os filhos: A Bíblia nos lembra da importância de cuidar e educar os filhos de maneira adequada. Salmos 127.3,5 ressalta que os filhos são herança de Deus e que é uma bênção tê-los. Provérbios 22.6 destaca a responsabilidade dos pais em instruir seus filhos no caminho correto, garantindo uma base sólida para sua vida futura.

Portanto, cuidar um do outro no casamento envolve respeito, valorização mútua, atenção às necessidades emocionais, físicas e espirituais do parceiro, bem como o cuidado e a responsabilidade na criação dos filhos. Esses aspectos são essenciais para fortalecer o vínculo matrimonial e manter um relacionamento saudável e amoroso.

 

III – PERDOAR UM AO OUTRO

O perdão mútuo desempenha um papel crucial na manutenção da saúde espiritual e emocional do casamento.

  • Cuidado contra a amargura: Hebreus 12.15 nos adverte a não permitir que a amargura se enraíze em nossos corações, pois ela pode causar perturbação e prejudicar muitos na vida espiritual. Devemos vigiar e cuidar uns dos outros para evitar que a amargura se estabeleça.
  • Prática do perdão: Lucas 6.37 nos ensina que devemos perdoar para sermos perdoados. Efésios 4.32 nos exorta a sermos benignos, misericordiosos e a perdoar uns aos outros, assim como Deus nos perdoou em Cristo. Colossenses 3.13 reforça a importância do perdão mútuo, destacando que devemos perdoar como o Senhor nos perdoou.

É essencial manter as linhas de comunicação abertas e estar disposto a assumir a responsabilidade por nossos erros. Pedir perdão e expressar amor são passos cruciais para restaurar a amizade e o relacionamento conjugal. Deus responde às nossas súplicas de perdão e restaura nossa comunhão quando humildemente confessamos nossos erros.

A disposição para reconhecer nossos erros, pedir perdão e buscar a restauração do relacionamento é fundamental para evitar conflitos e promover a harmonia no casamento. Devemos ser participantes ativos na prática do perdão mútuo, agindo de acordo com os princípios da Palavra de Deus.

CONCLUSÃO: Devemos ser praticantes da Palavra e não apenas ouvintes, como nos lembra Tiago 1.22. Assim, ao aplicarmos os ensinamentos bíblicos sobre o perdão e o cuidado mútuo em nosso casamento, estaremos fortalecendo nosso relacionamento e testemunhando o amor e a graça de Deus em nossas vidas.

 

QUAL FOI O SIGNIFICADO DE JESUS AO DIZER ESTA GERAÇÃO NÃO PASSARÁ

Mateus 24:34:Em verdade vos digo que não passará esta geração sem que todas essas coisas se cumpram.” 

A interpretação da passagem de Mateus 24:34, onde Jesus menciona "esta geração", tem sido objeto de intenso debate entre estudiosos da Bíblia, com diferentes opiniões sobre seu significado exato. Alguns argumentam que se refere à geração que testemunhará os eventos finais, enquanto outros interpretam de maneira mais simbólica.

Para muitos, a interpretação literal desse ditado como uma referência ao Segundo Advento de Cristo é considerada difícil de aceitar, especialmente considerando que Jesus o teria proferido apenas alguns dias antes de sua prisão e execução. No entanto, a autenticidade dessa narrativa tem sido questionada, levando alguns a sugerir que o discurso pode ter sido atribuído a Jesus por profetas na igreja primitiva.

Essa perspectiva é reforçada pela análise de Rudolf Bultmann, que interpretou o discurso de Marcos 13:5-27 como "um apocalipse judeu com edição cristã", indicando uma possível origem não diretamente associada ao Jesus histórico.

Outros estudiosos do Novo Testamento, mesmo aqueles que rejeitam a ideia de que Jesus poderia ter se enganado, estão convencidos de que a referência é para seu glorioso Advento. Eles argumentam que, se "todas essas coisas" indicam os eventos que levam ao Advento e ao próprio Advento, então "esta geração" deve ser entendida como a geração contemporânea de Jesus.

No entanto, exploram-se outros significados da palavra grega "genea" (traduzida como "geração" aqui) em certos contextos. Embora às vezes possa significar "raça", a ideia de que se refere à raça humana como um todo é questionável, pois implica que os seres humanos estarão presentes para testemunhar os eventos finais. Além disso, não há evidências no Novo Testamento de que a raça judaica desaparecerá antes do fim do mundo.

Em última análise, a interpretação de "esta geração" permanece um ponto de debate, com diferentes teorias buscando compreender o significado desse enigmático pronunciamento de Jesus sobre os eventos futuros.

A interpretação de "esta geração" como a geração contemporânea de Jesus, que estaria viva no momento em que Ele estava falando, é uma tentativa de conciliar a referência ao Segundo Advento com a ideia de que Jesus não cometeu um erro em sua previsão. No entanto, essa interpretação pode ser questionável quando consideramos o contexto histórico e o uso da expressão "esta geração" por Jesus em outros contextos.

Ao analisar como a expressão teria sido compreendida pelos ouvintes originais de Jesus, é importante observar que "esta geração" geralmente se refere à geração presente, sem limitar-se apenas às pessoas vivas em um momento específico. Jesus usou essa expressão várias vezes de maneira crítica para descrever a incredulidade e a indiferença de seus contemporâneos.

Ao comparar a geração de Jesus com a geração dos israelitas no deserto, vemos que ambos os grupos foram rotulados como "esta geração" devido à sua recusa em aceitar a palavra de Deus. Isso sugere que a expressão "esta geração" não se refere apenas a uma faixa etária específica, mas sim ao caráter espiritual e moral daqueles que vivem em determinado período de tempo.

Além disso, se Jesus estivesse se referindo à geração do tempo do fim, teria sido mais natural usar a expressão "aquela geração" em vez de "esta geração". O contexto da pergunta dos discípulos sobre a destruição do templo sugere que "todas essas coisas" se referem aos eventos que levariam à destruição do templo, e não necessariamente ao Segundo Advento.

Portanto, interpretar "esta geração" como a geração contemporânea de Jesus parece ser consistente com o uso que Ele fazia da expressão em outros contextos e com o contexto histórico da passagem. Isso ajuda a entender melhor a mensagem que Jesus estava transmitindo aos seus discípulos naquele momento específico.

A interpretação de "esta geração" como a geração contemporânea de Jesus, que estaria viva no momento em que Ele estava falando, é reforçada pelo contexto histórico e pela compreensão da expressão "esta geração" em outros trechos das Escrituras. Quando consideramos que "todas estas coisas" se referem à destruição do templo e aos eventos relacionados discutidos na pergunta dos discípulos, fica claro que o ditado duro resume a resposta à pergunta deles.

A profecia de Jesus sobre a destruição do templo se cumpriu em 70 d.C., quando os romanos sob o comando de Tito destruíram o templo de Jerusalém. Esse evento ocorreu dentro de um período de cerca de 40 anos após Jesus ter feito essa afirmação, o que é consistentemente descrito como uma geração na linguagem bíblica. A referência à "geração perversa" que peregrinou no deserto por 40 anos no Salmo 95:10 também sustenta essa ideia.

Ainda que Jesus tenha predito a destruição do templo, é importante observar que Ele também mencionou sua vinda nas nuvens com grande poder e glória. Alguns interpretam isso como uma descrição figurativa do juízo divino durante o cerco romano e a destruição de Jerusalém, mas essa interpretação pode ser questionável. A incerteza quanto ao momento exato da vinda do Filho do homem é ressaltada por Jesus, que declarou que apenas o Pai sabe o dia ou a hora desse evento.

As diferenças nos relatos de Marcos, Lucas e Mateus refletem as diferentes perspectivas e propósitos dos evangelistas ao escreverem seus evangelhos. Enquanto Marcos enfatiza a proximidade da destruição do templo, Lucas destaca o destino de Jerusalém, e Mateus distingue claramente entre a destruição do templo, já ocorrida, e a vinda futura do Filho do homem. Essas nuances nos evangelhos contribuem para uma compreensão mais completa do discurso de Jesus sobre esses eventos.


 

JEREMIAS OU ZACARIAS EM MATEUS 27.9

Tema: Jeremias Ou Zacarias Em Mateus 27.9

Segundo o livro A Bíblia Responde. A aparente discrepância entre a citação de Mateus 27.9, que atribui a profecia a Jeremias, quando na verdade foi proferida por Zacarias, tem sido objeto de várias teorias interpretativas ao longo dos tempos.

1.     Erro de Memória: Alguns sugerem que o autor citou de memória e cometeu um pequeno equívoco ao atribuir a profecia a Jeremias em vez de Zacarias.

2.     Livro Apócrifo de Jeremias: Orígenes propôs a ideia de que a passagem poderia estar em algum livro apócrifo atribuído a Jeremias. Jerônimo encontrou uma referência em um livro apócrifo, mas interpretou essa referência como sendo de Zacarias. No entanto, essa teoria não resolve completamente o problema.

3.     Supressão da Passagem: Eusébio sugeriu que a passagem poderia ter sido suprimida pelos judeus de todas as cópias dos escritos de Jeremias devido à sua conexão com a história de Jesus. No entanto, não há evidências para apoiar essa teoria.

4.     Lapso de Memória com Explicação Teológica: Agostinho e outros teólogos modernos concordam com a ideia de um lapso de memória, mas essa explicação levanta questões sobre a inspiração divina da Escritura Sagrada.

5.     Paráfrase Intencional: Uma explicação mais provável é que Mateus fez uma paráfrase da profecia de Zacarias, baseada em Jeremias 32.6-9, para enfatizar o sentido original da profecia ou para explicar mais completamente suas implicações. Nesse sentido, Mateus pode ter usado o material básico de Jeremias e produzido a citação que encontramos em seu evangelho, não como um erro, mas como uma forma de elucidar o significado da profecia.

Essas teorias oferecem diferentes perspectivas sobre como explicar a aparente discrepância entre a citação de Mateus e a profecia original de Zacarias. (Diversos, 1983, pp. 23,24)

O comentário bíblico da bíblia anotada aponta que a atribuição da profecia a Jeremias em Mateus 27:9 é devido ao fato de que, na época de Jesus, os livros dos profetas eram iniciados com o livro de Jeremias, não com Isaías como é comum hoje em dia. Portanto, a citação é identificada pelo primeiro livro do volume, e não pelo nome do autor específico do livro em questão. Isso significa que quando Mateus menciona "por intermédio do profeta Jeremias", ele está se referindo ao primeiro livro dos profetas no cânon hebraico, que era o livro de Jeremias.

Essa prática de identificar a profecia pelo primeiro livro do volume também é observada em Lucas 24:44, onde "Salmos" é mencionado, mas inclui todos os livros conhecidos como "Escritos", por ser o primeiro livro do grupo.

Portanto, a atribuição a Jeremias em Mateus 27:9 não é necessariamente um erro, mas sim uma convenção de identificação baseada na organização dos livros proféticos na época de Jesus. (Bíblia, 1994).

Bibliografia

Bíblia. (1994). CharlesCaldwell Ryrie. SP: MC.

Diversos. (1983). A Bíblia Responde. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das Assembléias de Deus.


COMO JUDAS MORREU E O CAMPO FOI COMPRADO POR QUEM?

 1. O CAMPO FOI COMPRADO POR QUEM? 

De acordo com Brauch (1984, pp. 434,435), no livro "PALAVRAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA", a narrativa da morte de Judas por Lucas é bastante detalhada e sangrenta. No entanto, surge um problema quando comparamos Atos 01:18 com o relato de Mateus, que aparentemente apresenta uma história diferente. Em Mateus, é relatado que Judas jogou o dinheiro no templo, enforcou-se e os principais sacerdotes usaram o dinheiro para comprar o campo do oleiro, destinado à sepultura dos estrangeiros (Mt 27:5). Esses dois relatos não são contraditórios?

    É evidente que Mateus e Lucas abordam o incidente com diferentes preocupações. Mateus destaca a compra do campo, interpretando-a como um cumprimento das Escrituras. Ele faz uma conexão entre Zacarias 11:12-13 (as trinta moedas de prata e o Oleiro) e Jeremias 32:6-12 (a compra de um campo), possivelmente também fazendo referência a Jeremias 18:1-4 (a visita à casa do oleiro), e atribui todas essas referências a Jeremias (ver comentário em Mt 27:9-10).

    Por outro lado, Lucas está mais interessado em mostrar que Judas teve um destino trágico e merecido, uma morte horrível. Essa ênfase é semelhante a outra narrativa em Atos 12:21-24, onde o autor descreve a morte de Herodes Agripa I. Em vez de enfatizar a compra do campo, que poderia ser vista como uma recompensa, especialmente para os judeus, para quem a posse de terras na Palestina era importante, Lucas foca na maneira terrível como Judas encontrou seu fim no campo. 

    Ambos os autores buscam destacar o significado do campo sendo chamado de "O Campo de Sangue", embora atribuam razões diferentes para esse título. Em Atos, parece haver uma conexão entre o nome e o sangue derramado de Judas em sua morte, enquanto Mateus relaciona o nome ao fato de que o campo foi adquirido com o dinheiro do sangue pago por Judas. Essa dualidade de significados não é surpreendente, pois o mesmo nome pode ter diferentes conotações para pessoas diferentes.

    Uma análise mais detalhada das duas narrativas revela lacunas que levantam dúvidas sobre os eventos. No entanto, as contas não são necessariamente contraditórias. Em Atos, o foco está na associação do dinheiro de Judas com a compra do campo e a consequente atribuição do título "Campo de Sangue". Se os principais sacerdotes de fato compraram o campo, talvez em algum momento após a morte de Judas, não seria uma preocupação detalhada para o autor. O ponto principal era que o dinheiro de Judas foi utilizado para adquirir o campo, resultando no título significativo.

    Além disso, outra razão possível para o nome, que também é destacada em Atos, pode ser o estado horrível em que o corpo de Judas foi encontrado após sua morte. Seus intestinos derramados e a subsequente desfiguração de seu corpo, possivelmente sendo parcialmente devorado por animais, eram considerados horríveis para os judeus, que valorizavam um enterro adequado. Na visão deles, formas de execução que não desfiguravam o corpo externamente eram preferíveis às que causavam desfiguração, como o apedrejamento, considerado a pior forma de execução. Assim, o nome "Campo de Sangue" também pode ter sido uma referência a essa brutalidade associada à morte de Judas. (Brauch, 1984, pp. 434,435)

Temos também uma esplicação sobre esse assulto e bate com o de Brauch no livro de EW Bullinger: O Companheiro da Bíblia.

Com base na análise de EW Bullinger: O Companheiro da Bíblia, Apêndice 161, examinamos a compra do "campo do oleiro", como descrito nos registros de Mateus e Atos. Esses registros apresentam eventos relacionados à traição de Judas e à subsequente compra de um campo que ficou conhecido como "Campo de Sangue".

    No relato de Mateus (Mateus 27:3-8), após a traição de Jesus por Judas e sua subsequente condenação, Judas devolve as trinta moedas de prata aos anciãos, reconhecendo seu pecado ao trair o sangue inocente. Os anciãos decidem usar o dinheiro para comprar o campo do oleiro, que seria usado como cemitério para estrangeiros. Esse campo recebe o nome de "Campo de Sangue" devido à associação com o preço do sangue de Jesus.

    Em Atos (Atos 1:15-19), Pedro, falando aos discípulos reunidos, refere-se à profecia de Davi sobre Judas e sua participação na traição de Jesus. Ele menciona que Judas adquiriu um campo com o dinheiro obtido de sua iniquidade e, ao cair, suas entranhas se derramaram, tornando-se conhecido como "Acéldama" ou "Campo de Sangue".

     Para a maioria das pessoas, os pedaços de terra mencionados em Mateus 27 e Atos 1 são considerados os mesmos, e o "salário da iniqüidade" em Atos 1:18 é entendido como as trinta moedas de prata mencionadas em Mateus 27:3-5. No entanto, há razões para acreditar que isso não seja correto:

1. Compradores Diferentes:

Os compradores do terreno mencionado em Mateus 27 eram os príncipes dos sacerdotes, enquanto o terreno mencionado em Atos 1 foi comprado por Judas.

2. Dinheiro Diferente:

    O dinheiro usado para comprar os terrenos foi diferente. Em Mateus 27, o terreno foi comprado com as trinta moedas de prata que Judas jogou no templo, enquanto em Atos 1, o "salário da iniqüidade" usado por Judas para comprar o terreno não poderia ter sido essas moedas, já que ele as jogou no templo e não poderia usá-las novamente.

    Quanto à identidade e origem do "salário da iniqüidade", a frase indica dinheiro obtido de forma desonesta. Em II Pedro 2:15, as mesmas palavras gregas são traduzidas como "salário da injustiça", referindo-se ao dinheiro que Balaão recebeu por desobedecer a Deus. No caso de Judas, João 12:6 revela que ele era um ladrão que roubava da bolsa de dinheiro. Portanto, é provável que o "salário da iniqüidade" mencionado em Atos 1:18 fosse o dinheiro roubado da bolsa de dinheiro, usado por Judas para comprar o terreno.

3. Diferentes vocábulos em grego:

    Outro ponto que evidencia que os dois pedaços de terra não são os mesmos é o uso de palavras gregas diferentes para cada um deles. Infelizmente, essa distinção é muitas vezes perdida em traduções que utilizam a mesma expressão "campo de sangue" para ambos. No entanto, o texto grego destaca que apenas o terreno mencionado em Mateus poderia ser descrito como um "agros", que significa "campo".

    Por outro lado, a palavra grega usada em Atos 1:19 é "chorion", que significa "um lugar particular, propriedade fundiária, propriedade". Assim, enquanto os sacerdotes compraram um "agros", um campo, Judas adquiriu um "chorion", uma propriedade. Seguindo o texto grego, o terreno adquirido pelos sacerdotes foi chamado de "agros de sangue", enquanto o adquirido por Judas foi chamado de "chorion de sangue".

4. Motivos distintos para os seus nomes:

    Além disso, os dois terrenos receberam seus nomes por razões diferentes. O "agros de sangue" comprado pelos sacerdotes recebeu esse nome porque foi adquirido com o "preço de sangue", ou seja, as trinta moedas de prata pagas pela traição de Jesus. Já o "chorion de sangue" comprado por Judas recebeu esse nome porque foi o local de seu suicídio.

 5. Conclusão:

  Portanto, com base nessas evidências, fica claro que Atos 1:15-20 e Mateus 27:3-8 se referem a dois terrenos distintos.

O relato em Mateus 27 descreve a compra de um campo, chamado de "agros", pelos sacerdotes com as trinta moedas de prata que Judas devolveu. Esse campo ficou conhecido como "agros de sangue" devido ao fato de ter sido adquirido com o "preço de sangue", as trinta moedas de prata pagas pela traição de Jesus.

    Por outro lado, Atos 1 fala sobre uma propriedade, um terreno específico, chamado de "chorion", que foi comprado por Judas com o "salário da iniqüidade", ou seja, dinheiro obtido de forma desonesta, provavelmente roubado da bolsa de dinheiro dos discípulos. Esse terreno foi denominado "chorion de sangue" devido ao fato de Judas ter cometido suicídio lá.

    Essa distinção entre um campo e uma propriedade particular, além das diferentes origens do dinheiro utilizado para a compra, esclarece que os eventos descritos em Mateus 27 e Atos 1 referem-se a locais diferentes. Enquanto o "agros de sangue" está associado à traição de Judas e à compra pelo sumo sacerdote, o "chorion de sangue" está ligado ao suicídio de Judas e à sua aquisição desonesta do terreno. (Bullinger, 1994. Apêndice 161). 

    Outro ponto a se analisar é que “os principais sacerdotes” (Mt 27,6) “compraram um campo que passaria a ser um cemitério de forasteiros” (Mt 27.7), já em atos, “deserto sua morada” (At 1.20), cumprindo assim o livro dos Salmos 69,25; 109.8. E Mateus relata que se cumpre o que foi dito por  Jeremias, um cumprimento das Escrituras. Ele faz uma conexão entre Zacarias 11:12-13 (as trinta moedas de prata e o Oleiro) e Jeremias 32:6-12 (a compra de um campo), possivelmente também fazendo referência a Jeremias 18:1-4 (a visita à casa do oleiro), e atribui todas essas referências a Jeremias.

2. COMO  JUDAS MORREU

Champlin no seu Comentário do Novo Testamento interpretado, no Volume III, traz o sequente:

A morte trágica de Judas Iscariotes gerou um grande interesse, levando à criação de várias versões sobre a sua morte. No entanto, existem principalmente três tradições diferentes sobre a forma como ele faleceu.

1. A narrativa do livro de Atos sugere que a morte de Judas Iscariotes foi violenta, causada por uma queda incontrolável, possivelmente de um precipício.

2. Existe também a história de Mat. 27:3-10, que relata que Judas Iscariotes se enforcou.

3.  Da mesma forma, existe uma história preservada por Papias, discípulo do apóstolo João (ou do "presbítero"), que relata que Judas Iscariotes foi atacado por uma doença repugnante que causou um inchaço excessivo em seu corpo. Enquanto ele estava nessas condições físicas, foi esmagado por uma carroça em um local de passagem estreita, onde normalmente teria passado com sucesso se não estivesse tão inchado. Alguns intérpretes sugerem que essa história preservada por Papias é, na verdade, a mesma que é contada nas páginas do livro de Atos. A tradução que aparece como "... precipitando-se..." (comum a todas as traduções) pode, na verdade, ser a tradução de um termo médico obscuro (no grego, prestheis), que indicava um inchaço excessivo. Essa teoria é exposta no livro "The Beginnings of Christianity", editado por F.J. Foakes Jackson e Kirsopp Lake: Londres: The Macmillan Co., 1933, V, págs. 22-30.

Diferentes abordagens interpretativas: Este mesmo autor acrescenta: Para além das ideias acima mencionadas, surgiram várias outras interpretações, algumas delas de caráter apócrifo, outras como variações das tradições já existentes. Alguns intérpretes afirmam que as palavras "foi enforcar-se", na passagem de Mateus 27:5, deveriam, na realidade, ser traduzidas como "sufocou-se", deixando assim em aberto o modo real da sua morte. Outros estudiosos pensam que estas palavras significam que ele foi consumido pelo remorso da consciência. Provavelmente, estas explicações surgiram na tentativa de conciliar a narrativa do livro de Atos com o relato do evangelho de Mateus, uma vez que, através destas interpretações, nenhum modo específico de morte pode ser atribuído à narrativa de Mateus. No entanto, tais tentativas não são bem fundamentadas e não têm sido bem recebidas pelos estudiosos em geral.

Uma outra tentativa de conciliação entre estas duas narrativas é a que sugere que os relatos do evangelho de Mateus e do livro de Atos são descrições de diferentes fases da morte de Judas Iscariotes. A teoria propõe que Judas se enforcou com uma corda ou em um galho que se quebrou, fazendo com que ele caísse e resultando nas condições descritas em Atos. Esta interpretação tem sido satisfatória para alguns estudiosos, mas outros a consideram apenas uma tentativa de harmonizar os relatos bíblicos a qualquer custo, mesmo que isso comprometa a honestidade.

CONCLUSÃO:

É correto afirmar que o problema permaneceu praticamente sem solução nos tempos antigos; e para muitos intérpretes, é nesse ponto de insolubilidade que o problema se encontra até hoje. No entanto, todas as narrativas, incluindo as lendárias, concordam que Judas Iscariotes sofreu alguma forma de morte violenta e horrenda. Isso parece apropriado, considerando o seu crime inominável, que sem dúvida foi paralelo ao horror de sua morte. Tanto o evangelho de Mateus como a narrativa de Lucas no livro de Atos, veem nisso o cumprimento de profecias bíblicas relacionadas ao traidor de Cristo. (CHAMPLIN, 2014, p. 36).

    

Obras Citadas

Brauch, W. C. (1984). PALAVRAS DIFÍCEIS DA BÍBLIA. Sociedade Bíblica Internacional.

Bullinger, E. (1994). O Companheiro da Bíblia. Kregel Publications em Michigan, EUA, .

CHAMPLIN, R. N. (2014). Comentário do Novo Testamento interpretado ver, por ver (Vol. III). Hagnos.


EXPLICADO 1 CORÍNTIOS 15.5

 Se Judas Iscariotes se suicidou antes da morte e ressurreição de Jesus (Mt 27.5) e Matias tomou o seu lugar como apóstolo, como é explicado em 1 Coríntios 15.5? 

    A expressão "os doze" refere-se ao colegiado inicial formado por Jesus, composto pelos doze homens que ele escolheu entre seus discípulos. Apesar de Judas Iscariotes ter cometido suicídio antes da morte e ressurreição de Jesus, a posição de Matias no grupo dos doze apóstolos parece ter sido solidificada até o ponto em que a expressão "os doze" o incluía no lugar de Judas, que já havia desaparecido há muito tempo.

    Ao mencionar que Jesus apareceu a "os doze" em 1 Coríntios 15:5, o apóstolo Paulo provavelmente estava usando uma expressão comum na época para se referir ao grupo de apóstolos, que incluía Matias como substituto de Judas. Essa inclusão de Matias no grupo é sugerida pelo fato de que a posição de Matias no colégio apostólico parece ter sido estabelecida o suficiente para que a expressão "os doze" o englobasse.

    Além disso, a ausência de qualquer menção específica sobre a substituição de Judas por Matias em 1 Coríntios 15 pode ser explicada pelo fato de que, na época em que a carta foi escrita, a inclusão de Matias entre os doze já era tão estabelecida que não necessitava de uma explicação adicional. A narrativa de Lucas em Atos 1:2 também não menciona explicitamente a substituição de Judas por Matias, sugerindo que essa transição ocorreu de forma natural e já estava bem estabelecida na comunidade cristã da época.

CASAMENTO UM PLANO DE DEUS

Texto: Gênesis 2.23-25 E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada. Portanto, deixará o varão o seu pai e a sua mãe e apegar-se-á à sua mulher, e serão ambos uma carne. E ambos estavam nus, o homem e a sua mulher; e não se envergonhavam.

  INTRODUÇÃO

 
A instituição do casamento é uma parte fundamental do plano divino, concebido por Deus para suprir a necessidade humana de companheirismo e complementação. Segundo a narrativa bíblica, a mulher foi criada por Deus a partir de uma parte do homem, simbolizando a ideia de complementaridade entre ambos os sexos. O livro de Gênesis 2:18 expressa esse conceito ao afirmar que a mulher foi feita para ser uma companheira adequada para o homem, uma verdadeira parceira que complementa sua vida. O casamento é considerado sagrado e digno de honra, conforme ressaltado em Hebreus 13:4, onde é enfatizado que Deus julgará aqueles que violam a santidade do matrimônio.

CASAMENTO

A - Conceito: O casamento é uma parceria em que os parceiros compartilham valores semelhantes e se esforçam para se complementarem mutuamente. É mais do que uma simples união física; é uma comunhão plena entre duas pessoas. A passagem de Gênesis 2:24 destaca essa união, afirmando que o homem deixará seus pais para se unir à sua esposa, tornando-se uma só carne. A santidade do casamento é enfatizada em Efésios 5:31, que adverte contra a imoralidade e a avareza entre os crentes.

B - Origem: O primeiro casamento foi instituído por Deus no jardim do Éden, no início da criação. Ao ver o homem solitário no esplendor do Éden, Deus reconheceu que não era bom que o homem estivesse só e decidiu criar uma ajudadora adequada para ele. Assim, Ele formou a mulher e a apresentou ao homem como sua companheira. Essa união matrimonial é vista como a base da família, que é ampliada pela chegada dos filhos.

 AS BASES DO CASAMENTO (Gênesis 2.24-25)

No plano original de Deus, encontramos quatro pilares fundamentais que são essenciais para a construção de um casamento feliz. Cada um desses pilares é vital para garantir harmonia e felicidade na união matrimonial.

A primeira coluna é o "deixar" - conforme descrito em Gênesis 2.24: "Por isso, deixará o homem seu pai e sua mãe". Para que o novo relacionamento matrimonial prospere, é necessário um desprendimento emocional por parte dos cônjuges. É fundamental que tanto o homem quanto a mulher cortem os laços de dependência emocional com seus pais.

A segunda coluna é a "união" - como diz o versículo: "e se unirá à sua mulher". Aqui, a palavra "unir" denota a ideia de cimentar, indicando a natureza permanente do casamento. Os dois se tornam uma só carne, o que significa uma união indivisível, espiritual, mental, emocional e física. O casamento é concebido como uma instituição permanente aos olhos de Deus, até que a morte os separe.

A terceira coluna é "uma só carne" - esta expressão refere-se à intimidade sexual entre marido e mulher. O casamento é não apenas um compromisso legal, mas também um pacto espiritual e físico. A consumação do casamento acontece na cama, através do ato conjugal, que é reservado exclusivamente para o casal que se "deixou" e se uniu através dos laços matrimoniais sagrados.

A Bíblia descreve este ato em Gênesis 4.1: "e conheceu Adão a Eva, sua mulher". Aqui, o termo "conhecer" vai além do aspecto físico, envolvendo também aspectos emocionais, mentais e espirituais.

A quarta coluna é a "intimidade" - conforme o versículo: "E estavam ambos nus, o homem e sua mulher; e não se envergonhavam". A intimidade é a chave para um amor duradouro e verdadeiro. No entanto, antes de alcançar essa intimidade, o casal deve seguir a ordem estabelecida por Deus: "deixar", "unir-se" e "tornar-se". Essa sequência é essencial e não deve ser alterada.

 IV AS TRÊS FASES DO CASAMENTO

A - Encantamento: Na fase do encantamento, o casal experimenta uma sensação de estar nas nuvens, onde tudo é romântico, fascinante e idealizado. Existe uma adoração e admiração mútua, e o relacionamento parece perfeito.

B – Desilusão: Esta fase é uma das mais difíceis no casamento e é onde ocorrem a maioria das separações e divórcios. Durante esse período, muitos casais começam a enxergar as imperfeições que não foram percebidas durante o namoro e noivado. Surgem decepções, irritações, amarguras, cobranças, ofensas e um desconforto significativo no lar.

C – Maturidade: Os casais que conseguem alcançar esta fase são aqueles que se comprometem com os votos matrimoniais até que a morte os separe. Nesta fase, há uma consciência da realidade, as necessidades são atendidas mutuamente e existe disponibilidade para ajudar, encorajar, confortar, expressar gratidão e promover o crescimento conjunto.

Caro casal, em que fase se encontram atualmente? Talvez estejam a enfrentar um período de desilusão na vossa relação. Entretanto, é importante refletir sobre essa fase e considerar como superá-la. Sugiro que cada um de vocês, tanto como indivíduos quanto como casal, compartilhem suas perspectivas e ofereçam sugestões para lidar com os desafios presentes. Em seguida, dialoguem e trabalhem juntos para fortalecer o relacionamento e alcançar a maturidade conjugal.

V - VERDADES ACERCA DO CASAMENTO

1 - A IDEIA DE HOMEM E MULHER FOI DE DEUS (Gênesis 1.27): Deus criou o Homem e a Mulher conforme seus propósitos pessoais (Gn 1.27), demonstrando seu amor criativo e surpreendente. Essa diversidade de gênero foi projetada para enriquecer a vida e evitar a monotonia de um mundo com um único sexo.


2 - O CASAMENTO ALIVIA A SOLIDÃO: Deus percebeu que não era bom que o Homem estivesse só e criou a Mulher como companheira adequada para ele, tanto espiritual, intelectual, emocional quanto fisicamente (Gn 2.18). O propósito do casamento é aliviar a solidão fundamental que todo ser humano experimenta. O casamento é uma instituição criada por Deus para aliviar a solidão do ser humano. A Bíblia nos ensina que Deus percebeu que não era bom que o Homem estivesse só, e por isso criou a Mulher como companheira adequada para ele. Essa parceria é completa, abrangendo aspectos espirituais, intelectuais, emocionais e físicos.

O propósito do casamento vai além da simples união de duas pessoas. Ele tem a função de suprir a solidão fundamental que todo ser humano experimenta em algum momento da vida. A presença de um parceiro amoroso e comprometido pode trazer consolo, companheirismo e apoio nos momentos difíceis, tornando a jornada da vida mais leve e significativa.

Portanto, o casamento é uma dádiva que visa proporcionar a cada cônjuge uma fonte de amor, cuidado e companheirismo, contribuindo para a redução da solidão e o fortalecimento mútuo. É um compromisso sagrado que, quando vivido com amor e respeito, pode trazer grande satisfação e plenitude para ambos os parceiros.

3 - O CASAMENTO PROPORCIONA FELICIDADE: Adão, ao encontrar Eva, expressou alegria e surpresa, reconhecendo-a como complemento perfeito para ele (Gn 2.23). O casamento foi destinado a trazer alegria e felicidade, um design que permanece inalterado. Este encontro de Adão e Eva simboliza a união e a complementaridade entre homem e mulher, uma parceria que visa à felicidade mútua e ao crescimento conjunto. A alegria de encontrarem-se um ao outro mostra a importância de compartilhar a vida com alguém que nos completa e nos faz mais felizes. Assim, o casamento continua a ser um símbolo de amor, companheirismo e alegria, mantendo-se como um dos pilares da sociedade e da realização pessoal. FELICIDADE E NÃO TRISTEZA E disse Adão: Esta é agora osso dos meus ossos e carne da minha carne; esta será chamada varoa, porquanto do varão foi tomada (Gn 2.23).

Ao primeiro encontro com Eva, Adão deve ter se expressado com grande surpresa e alegria. Ah! Finalmente tenho alguém semelhante a mim! E palpando-a concluiu é “osso dos meus ossos e carne da minha carne”. E certamente ele fez uma declaração de amor com estas palavras: encontrei finalmente aquela, que pode completar-me que enche a minha solidão, que me será tão cara quanto a minha própria carne. Ela é linda! E perfeitamente adequada para mim. “É tudo que preciso”.

O casamento foi destinado a proporcionar-mos alegria, felicidade, e o designo de Deus nunca mudou.

4 - O CASAMENTO REQUER PRIORIDADE: O vínculo matrimonial requer o abandono de todos os outros relacionamentos, tornando o casamento a prioridade máxima na vida do casal - (Gênesis 2.24).

Nada deve ser mais importante do que o compromisso um com o outro, seja profissão, dinheiro, amigos, ou qualquer outra coisa. O casamento deve ser honrado e priorizado acima de tudo (1Co 7:3, 33).

O homem deve cumprir o seu dever como marido, e a mulher também deve cumprir o seu dever como esposa”. (1Co 7:3 “NTLH”), “mas um homem casado não pode fazer isso tão bem; ele precisar pensar em suar responsabilidades aqui na terra e em como agradar a esposa” (1Co 7:33 “BV”). A profissão, o dinheiro os velhos amigos, o esporte, a televisão, os pais, enfim, nada deve ser mais importante do que seu casamento.


VI-TIPOS DE CASAMENTOS

A - CASAMENTOS MORTOS: São aqueles em que ambos os cônjuges estão legalmente casados e vivem sob o mesmo teto, mas não compartilham uma vida em comum. Esses casais estão emocional, física, intelectual e espiritualmente distantes, como ilustrado na seguinte carta:

"Todos os casamentos perdem a graça depois de 25 anos? Isso acontece conosco. Meu marido e eu não temos muito sobre o que conversar. Costumávamos falar sobre nossos filhos, mas eles agora cresceram e foram embora e ficamos sem assunto. Não tenho grandes queixas, mas o antigo entusiasmo se foi. Assistimos muito à televisão e lemos, temos amigos, mas quando ficamos sozinhos, a monotonia se instala. Nós até dormimos em quartos separados agora."

Embora esses casamentos possam parecer sem esperança, eles podem ser ressuscitados.

B - CASAMENTOS EM CRISE: Nesses casamentos, não há mais respeito mútuo e a comunicação é praticamente inexistente. Os conflitos são constantes e não resolvidos, acumulando-se ao longo do tempo. Embora conflitos sejam inevitáveis em qualquer relacionamento, quando não são resolvidos com amor e prontamente, podem se tornar graves problemas. Para esses casamentos, a prescrição eficaz está contida nestas três frases: "Estou errado(a), por favor, me perdoe, amo você!" (Efésios 4.23, 26; Colossenses 3.13-14). Essas atitudes são essenciais para restaurar a comunicação, o respeito e o amor no casamento, fortalecendo os vínculos de união e perdão mútuo.

C - CASAMENTOS INFIEIS: São aqueles em que um ou ambos os cônjuges têm um relacionamento extraconjugal, mesmo vivendo juntos. Geralmente, isso ocorre quando as necessidades básicas do casamento, como carinho, atenção, comunicação e amor, não são atendidas pelo parceiro. Surge então o "mito da grama verde", em que um dos cônjuges começa a enxergar apenas as qualidades do outro parceiro, iludindo-se de que a felicidade está em outro lugar. No entanto, o livro de Provérbios nos aconselha a afastar-nos do adultério, pois ele traz destruição sexual, espiritual e social (Provérbios 5.15). Devemos valorizar nossa própria fonte de amor e fidelidade.

D - CASAMENTOS FELIZES: Embora não exista um casamento perfeito, pois não há pessoas perfeitas, é possível alcançar um casamento feliz. Isso requer um objetivo realista de aprender a desenvolver um relacionamento positivo e amoroso duradouro. Os casais felizes estão dispostos a se esforçar deliberada e inteligentemente para cultivar a intimidade e manter o amor ao longo da vida, mesmo diante das imperfeições e desafios do relacionamento.

Concluindo este estudo, é evidente que todo casamento requer uma manifestação diária de carinho, atenção, comunicação e amor. A chave para um casamento duradouro e feliz está em descobrir e suprir as necessidades do cônjuge. Que esta reflexão não apenas ajude a manter seu casamento, mas também fortaleça a união entre você e seu cônjuge, tornando-a mais bela a cada dia que passa. Que o amor e o cuidado mútuos sejam a base sólida sobre a qual vocês constroem sua vida juntos.